Auxiliares de Michel Temer se apressaram em desmentir que o presidente tenha saído em defesa de Renan Calheiros (PMDB-AL) no imbroglio envolvendo o presidente do Senado e a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia.
Diante da elevação do tom entre Legislativo e Judiciário, Temer tenta contemporizar: marcou uma reunião entre os chefes dos Poderes para tentar evitar que a troca de farpas descambe para uma crise institucional.
Auxiliares de Temer procuraram a Broadcast após publicação de uma análise comparando as reações de Cármen Lúcia e Temer às reclamações de Renan. Segundo esses assessores, o presidente já havia conversado com a ministra no domingo, quando primeiro teria aventado a possibilidade de uma reunião de cúpulas dos Poderes para tratar de segurança.
Na conversa com Renan, dizem os interlocutores do presidente, ele teria apenas explicado a entrevista do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sem se meter na polêmica entre o peemedebista e o Judiciário.
Esses mesmos assessores dizem que, "a princípio", Temer concorda que para ordenar uma ação da Polícia Federal na sede de outro Poder a ordem deveria vir de um tribunal superior, mas, segundo o presidente, cabe ao Senado recorrer para que o próprio STF arbitre a questão.
O grande receio do presidente é que o governo seja arrastado para o centro da briga entre o Senado e o Judiciário, e isso comprometa as votações do ajuste fiscal, como a da proposta de emenda constitucional que fixa o teto de gastos do governo federal.
Por isso os palacianos reforçam que as conversas de Temer com Cármen Lúcia e Renan ocorreram antes que ambos dessem as declarações mais duras dos últimos dois dias.