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Análise e bastidores de política e economia

MPF descarta risco de nulidade por cláusula em delações da Odebrecht

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Por Vera Magalhães
Atualização:

Procuradores da República que participaram da negociação da delação premiada de 77 colaboradores ligados à Odebrecht descartaram hoje a possibilidade de anulação dos acordos devido a uma cláusula questionada por advogados.

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Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" no fim de semana disse que os acordos preveem que, uma vez homologadas as colaborações judiciais -- o que aconteceu em janeiro -- os delatores já começariam a cumprir as penas acordadas, mesmo sem ter sido condenados. Dos 77 colaboradores, só 5 já têm alguma condenação.

O Broadcast conversou nos últimos dois dias com procuradores que atuaram diretamente na tomada dos depoimentos e na elaboração do texto do acordo. Ele se recusaram a detalhar a cláusula polêmica, alegando que as delações ainda estão sob sigilo, mas afirmaram que ela não difere de outras incluídas em acordos que foram homologados e nunca tiveram nenhum questionamento judicial.

Os mesmos representantes do Ministério Público negam que os delatores já estejam cumprindo pena. Afirmam que a crítica parte de pessoas interessadas em "melar" a delação que tem potencial de provocar mais estragos políticos desde o início da Lava Jato.

Ainda segundo os mesmos procuradores, cabe ao STF e ao juiz Sergio Moro "glosar" -- ou considerar sem validade -- eventuais cláusulas dos acordos que sejam ilegais ou heterodoxas. O fato de a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, não ter feito reparos às condições quando homologou as delações é apontado pelos procuradores como demonstração de que não há nulidade possível de ser suscitada.

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