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Análise e bastidores de política e economia

Disputa por cargos explica investida de Renan

Por Vera Magalhães
Atualização:

O "apelo" do ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) pela imediata volta do titular da Casa Civil, Eliseu Padilha, tem como razão uma disputa por mais espaço na estrutura de cargos do governo federal.

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Renan, réu no STF e alvo de vários inquéritos na Lava Jato, perdeu poder ao deixar o comando do Senado e vê rivais no Estado, como o ministro do Transporte, Maurício Quintella (PR), tomarem posições importantes na intermediação de interesses de prefeitos de Alagoas junto ao governo Michel Temer.

Tanto o patriarca quanto Renan Calheiros Filho, governador do Estado, enfrentam o desgaste oriundo da Lava Jato e terão dificuldade para se reeleger no ano que vem.

Renan pressiona Michel Temer para a nomeação de um aliado de seu grupo na Secretaria dos Portos, e tenta mobilizar os demais indicados no governo para reforçarem suas posições.

Com esse objetivo, por exemplo, Renan pai e filho vão ciceronear um grande evento do ministro Helder Barbalho (Integração) com prefeitos alagoanos na próxima segunda-feira. Helder fará o anúncio de linhas de financiamento da pasta para secretários.

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Percebendo a movimentação, Mauricio Quintella se antecipou e anunciou a liberação de R$ 4 milhões para prefeituras em iniciativa conjunta com a pasta da Integração.

Outro pleito de Renan é trocar um diretor indicado pelo senador Benedito de Lira (PP) por alguém ligado a ele na Codevasf, a empresa de fomento do vale do São Francisco.

A aflição pela volta de Padilha nada tem a ver, portanto, com o temor de que Eduardo Cunha ganhe espaço com a presença de Gustavo Vale no comando da pasta. Renan tem uma interlocução mais fácil com Padilha, que é quem está encarregado de cuidar dos pleitos por cargos.

Um deles é o de turbinar e dar independência à Secretaria dos Portos, hoje sob o guarda-chuva do adversário Quintella. Quando ela deixou de ter status de ministério na troca de Dilma Rousseff por Temer, o presidente prometeu ao PMDB do Senado que haveria independência, autonomia e que a bancada continuaria a controlar a área. Nada disso ocorreu até agora.

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