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Análise e bastidores de política e economia

Análise: Por acordão, Aécio volta com elogio a Temer e trégua com PT

Por Vera Magalhães
Atualização:

O discurso de retorno de Aécio Neves ao Senado depois de 46 dias afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal e alvo de denúncia por parte do Ministério Público Federal foi um aceno a um acordo amplo entre partidos que poupe as principais lideranças na mira da Lava Jato.

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Numa fala curta em que se disse vítima de uma "armadilha" por parte de Joesley Batista, mas poupou também ataques ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Aécio teceu loas às "conquistas" do governo Michel Temer, defendeu apoio às reformas e não fez sequer uma crítica ao PT, tônica de suas falas anteriores.

O tucano não reassume agora a presidência do PSDB, mas mostrou que vai procurar liderar a decisão do partido em relação ao governo Temer. Será uma batalha hercúlea: a bancada do PSDB na Câmara está francamente disposta a romper com Temer e votar, tanto na CCJ quanto no plenário, pela aceitação da denúncia.

Com a situação jurídica bastante delicada, Aécio terá pela frente um teste de sua sobrevivência política: se não conseguir liderar os deputados de seu partido, os chamados "cabeças pretas", a salvar a pele de Temer, será jogado aos leões pelo PMDB no Senado.

O acordão, para acontecer, depende dessa combinação com políticos que terão de prestar contas de seus votos no ano que vem a um eleitorado que está rompido com os políticos e indignado com a perspectiva de que a Lava Jato seja solapada.

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