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"Índios estão presos ao discurso das ONGs", diz antropólogo

Ao comentar o recente conflito indígena na Terra Indígena Tenharim e na cidade de Humaitá, o antropólogo Mércio Pereira Gomes criticou a política do governo para a questão indígena e a ação das organizações não governamentais (ONGs). Mércio foi presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) no governo do presidente Luiz Inácio Lula da da Silva, entre 2003 e 2007.

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Por Roldão Arruda
Atualização:

Em seu blog na internet, ele disse que desde os anos da ditadura militar os índios não se viam diante de uma conjuntura tão difícil quanto a que vivem no governo da presidente Dilma Rousseff. Para o antropólogo, umas das explicações para o quadro atual é a ação das ONGs indígenas, marcada por um "radicalismo infantil e pernicioso".

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"Os índios estão presos no discurso das Ongs". disse o ex-presidente da Funai. De acordo com seu texto, várias dessas organizações são "amalucadas, ambiciosas e desrespeitosas das tradições indígenas".

O antropólogo também criticou a política indigenista do governo da presidente Dilma Rousseff: "A Funai patina, sem rumo, refém de um governo sem qualidade indigenista". 

Ao avaliar as perspectivas para o próximo ano, desenhou um cenário ainda pior: "2014 será ano de eleição presidencial, de reforço de forças políticas reacionárias ao nosso processo histórico. As sementes dos conflitos crescerão."

Em outubro, em depoimento ao jornalista Felipe Milanez, transcrito em seu blog, Mércio havia criticado o governo por adotar o ponto de vista dos empresários do agronegócio - que estariam "em guerra" contra os índios. "Diante de seu peso no PIB, os fazendeiros se dão panca de serem os novos senhores de engenho, um poder rural absolutista e com pretensões políticas nacionais", afirmou.

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