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Movimentos, direitos, ideias

Nordeste é o maior foco de tensões agrárias do País

O Nordeste é a região que concentra o maior número de conflitos agrários em todo o País, de acordo com levantamento que acaba de ser divulgado pelo Banco de Dados da Luta pela Terra (Dataluta).

Por Roldão Arruda
Atualização:

Com uma série histórica que cobre o período de 1988 a 2011, o levantamento registra a ocorrência de 8.536 ocupações de terras nesses 23 anos, com a mobilização de 1,2 milhão de famílias. Desse total, 3.226 ocupações (38%) ocorreram no Nordeste. Quanto às famílias mobilizadas, 436,7 mil (37%) eram nordestinas.

Se for isolado apenas o ano de 2011, a presença do Nordeste cresce: 67% do total de invasões no País no ano passado ocorreu naquela região. "A luta pela terra se espacializa por todo território brasileiro, mas historicamente sua concentração se dá na região Nordeste do País", diz o texto de apresentação do levantamento do Dataluta.

 Foto: Estadão

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O levantamento também sinaliza uma tendência de diminuição das ocupações de terras, a partir de 2005. Paralelamente, porém, aumentaram outros tipos de manifestação envolvendo questões rurais. Elas englobam de marchas e concentrações populares a ocupações de edifícios públicos. Os temas vão da reforma agrária à concessão de mais crédito para a agricultura familiar e a questão do uso de agrotóxicos.

O número de manifestações passou de cerca de 400 em 2009 para mais de 700 no ano passado, segundo o Dataluta. O número de pessoas participantes teria dobrado, indo de 250 mil três anos atrás para pouco mais de 500 mil em 2011.

Uma das explicações para a mudança de tática, segundo o coordenador do levantamento, professor Carlos Alberto Feliciano, seria o endurecimento do Judiciário, com a criminalização dos envolvidos nas ocupações.

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A Rede Dataluta reúne nove grupos de pesquisas de diferentes universidades, sob a coordenação do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera), vinculado ao Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp, em Presidente Prudente. O levantamento, constituído por mapas, gráficos e tabelas, com um total de 51 páginas, pode ser consultado por meio de link da Unesp.

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