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Lula falará à Comissão da Verdade

Depoimento está marcado para segunda-feira, dia 8. Lula foi perseguido na ditadura e, mais tarde, na Presidência, enviou ao Congresso o projeto de lei que deu origem à comissão

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Por Roldão Arruda
Atualização:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dará um depoimento à Comissão Nacional da Verdade na próxima segunda-feira, 8. A informação é do coordenador da comissão, o advogado e professor Pedro Dallari.

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Ele será o segundo ex-presidente ouvido pela comissão. O primeiro foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que falou a integrantes do grupo em seu apartamento, no Bairro de Higienópolis, em São Paulo, no dia 26.

Apesar de confirmar o depoimento de Lula, o coordenador não soube dizer em que horário e local irá ocorrer; e a assessoria do ex-presidente não foi localizada.

De acordo com explicações de Dallari, os dois ex-presidentes foram escolhidos por seu envolvimento direto com a questão das investigações sobre graves violações de direitos humanos na ditadura.

"Os dois tiveram grande engajamento", disse. "Fernando Henrique é o responsável pela criação e instalação da Comissão Nacional Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, em 1995. E o presidente Lula enviou ao Congresso o projeto de lei que deu origem à Comissão Nacional da Verdade."

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Os depoimentos de Fernando Henrique e Lula não serão incluídos no relatório final da comissão, que será entregue à presidente Dilma Rousseff na quarta-feira, 10. Eles farão parte, no entanto, do acervo de depoimentos e documentos que será colocado à disposição de qualquer pessoa interessada, no Arquivo Nacional.

Lula foi vigiado e perseguido e chegou a ser preso nos anos da ditadura militar, em decorrência de sua atuação como líder sindical. Ele comandou uma série de grandes graves que, no final década de 1980, ajudaram a acelerar o fim do regime autoritário.

ENTREGA DO RELATÓRIO

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade será entregue à presidente em audiência no Palácio do Planalto, às 9 horas da quarta-feira. Até a noite desta sexta-feira, 5, a coordenação da comissão e a assessoria da Presidência ainda não haviam divulgado detalhes do encontro.

De acordo com informações recebidas por integrantes da comissão, deverá ser um encontro mais discreto do que o realizado na instalação da comissão, em 2012. Dessa vez, Dilma não estará acompanhada por autoridades de fora do governo.

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Do evento anterior os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney. Também estiveram presentes os presidentes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A explicação para a mudança seria o caráter do encontro. Em 2012 tratava-se da instalação solene de um grupo de trabalho criado por meio de lei aprovada no Congresso, após um acordo de lideranças. A reunião de agora é para a entrega do resultado do trabalho dos comissionados.

Após o encontro, Dilma participará de outros eventos relacionados à data, na qual se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Os representante da comissão, por sua vez, irão a um encontro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, para a entrega de cópias do documento a representantes da sociedade civil. Eles também irão à Câmara, ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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