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Justiça e transição: encontro com ex-delegado do Dops anima procuradores que investigam casos de desaparecidos

Representantes do Ministério Público Federal que foram até o Espírito Santo, na semana passada, para ouvir o ex-delegado Claudio Guerra, estão satisfeitos com o resultado do encontro. Após confrontar o depoimento do ex-agente do Dops com outros que já têm em mãos,  acreditam que poderão confirmar algumas das histórias que investigam, relacionadas a desaparecidos políticos no período do regime militar.

Por Roldão Arruda
Atualização:

O nome do ex-delegado atraiu a atenção dos procuradores do Grupo de Trabalho Justiça e Transição após o lançamento no livro Memórias de Uma Guerra Suja de autoria dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros.  Em depoimento aos dois repórteres, o ex-delegado contou que participou do sequestro e também da execução de vários militantes de esquerda.

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O grupo de trabalho do MPF focaliza suas investigações em casos de desaparecimento. Segundo sua interpretação, são crimes que não prescrevem enquanto não se localiza o corpo. Os responsáveis não teriam sido beneficiados, portanto, pela Lei da Anistia de 1979.

As duas primeiras ações que encaminharam à Justiça, tentando responsabilizar agentes de Estado suspeitos de crimes de sequestro e desaparecimento, foram recusadas pelos juízes. Quanto a Guerra, que virou pastor evangélico, vale notar que parte de suas declarações tem sido questionada por estudiosos daquele período histórico.

Assim como os procuradores do MPF, ex-presos políticos e parentes de mortos e desaparecidos acreditam que o ex-delegado trouxe contribuições para as investigações. Na avaliação do grupo, elas poderão servir também para a Comissão Nacional da Verdade.

O livro foi lançado em São Paulo no dia 26, no Memorial da Resistência, na antiga sede do Dops. Na ocasião, foi realizado um debate, com a presença dos dois repórteres.

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