O nome do ex-delegado atraiu a atenção dos procuradores do Grupo de Trabalho Justiça e Transição após o lançamento no livro Memórias de Uma Guerra Suja, de autoria dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros. Em depoimento aos dois repórteres, o ex-delegado contou que participou do sequestro e também da execução de vários militantes de esquerda.
O grupo de trabalho do MPF focaliza suas investigações em casos de desaparecimento. Segundo sua interpretação, são crimes que não prescrevem enquanto não se localiza o corpo. Os responsáveis não teriam sido beneficiados, portanto, pela Lei da Anistia de 1979.
As duas primeiras ações que encaminharam à Justiça, tentando responsabilizar agentes de Estado suspeitos de crimes de sequestro e desaparecimento, foram recusadas pelos juízes. Quanto a Guerra, que virou pastor evangélico, vale notar que parte de suas declarações tem sido questionada por estudiosos daquele período histórico.
Assim como os procuradores do MPF, ex-presos políticos e parentes de mortos e desaparecidos acreditam que o ex-delegado trouxe contribuições para as investigações. Na avaliação do grupo, elas poderão servir também para a Comissão Nacional da Verdade.
O livro foi lançado em São Paulo no dia 26, no Memorial da Resistência, na antiga sede do Dops. Na ocasião, foi realizado um debate, com a presença dos dois repórteres.
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