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Movimentos, direitos, ideias

Incapacidade do governo e problemas estruturais levaram ao impasse grevista, avalia especialista

O governo da presidente Dilma Rousseff contradiz a história do PT ao propor o corte do ponto dos funcionários públicos em greve. No passado os petistas defendiam o direito à greve, sem o corte, lembra um estudioso do assunto, o professor Ricardo Antunes, do departamento de sociologia do trabalho da Unicamp.

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Por Roldão Arruda
Atualização:

O impasse existente entre o governo e os grevistas, segundo o estudioso, tem duas explicações. A primeira seria a total incapacidade da equipe da presidente para negociar com trabalhadores. Sob esse aspecto Dilma não tem qualquer tradição e adota uma atitude dura de tecnocrata, passando ao largo do estilo de seu antecessor no Palácio do Planalto. A segunda explicação é de origem estrutural e teria sido herdada dos governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.

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Como vê a queda de braço entre o funcionalismo público e o governo Dilma? Acha que se trata de incapacidade do governo para lidar com grevistas, ou seria uma questão estrutural?

As duas coisas. Era previsível que uma das lacunas desse governo fosse a incapacidade no trato questão social. Podia-se prever isso pela ausência, no passado de Dilma Roussef, de qualquer ação nessa direção. Seu governo não tem capacidade para tratar a questão social, dialogar com os funcionários do Estado. É o primeiro governo dos últimos anos que não tem ministros dialogando com os trabalhadores. O Ministério do Planejamento, que devia fazer as contas e programar tecnicamente as negociações, não tem lastro social.

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