Até o início da tarde desta segunda-feira (24), o coronel não haviam confirmado seu comparecimento à audiência pública.
A Comissão Nacional tem poder legal para convocar pessoas para depor. Se o coronel não comparecer e não apresentar um motivo, estará sujeito a condução coercitiva. Ele também poderá responder pelo crime de desobediência.
A audiência pública será realizada em conjunto pela Comissão Nacional e a Comissão Estadual do Rio. O foco do evento será a chamada Casa da Morte, em Petrópolis. Funcionando de maneira clandestina e a serviço dos aparelhos de informação e repressão das Forças Armadas, a casa tem sido apontada como o principal centro de tortura e desaparecimento de presos políticos entre 1971 e 1973.
Malhães atuava no Centro de Informação de Exército (CIE). Foi, segundo apurou a Comissão Estadual, um dos responsáveis pela montagem e funcionamento da Casa da Morte. Também atuou em São Paulo e na região sul do Pará.
Segundo seu relato, receosas de que os corpos de militantes políticos fossem localizados e identificados, as autoridades militares montaram a Operação Limpeza. A missão de seus integrantes era desenterrar os corpos e jogá-los em rios. Em alguns casos, foram arrancadas as arcadas dentárias e cortados as pontas dos dedos das mãos, para impedir a identificação. Na época ainda não eram utilizados os exames de DNA.
Os corpos eram postos em sacos impermeáveis e com pedras de peso calculado, para impedir que afundassem completamente ou flutuassem.