Com informações de
Ricardo Galhardo
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, recebeu nesta segunda-feira, 29, um grupo de militantes gays, a maioria deles vinculados ao PT. Foi um encontro rápido, definido logo após a onda de protestos causados pelas declarações do candidato Levy Fidelix, do PRTB, no debate da TV Record. Segundo nota da assessoria da imprensa da campanha, Dilma reafirmou durante o encontro que é favorável à criminalização da homofobia. A reunião com Dilma, organizada pelo Setorial LGBT do PT, estava marcada inicialmente para o dia 20. Mas foi adiada pela coordenação da campanha presidencial. Até ontem não fora marcada uma nova data. Havia a expectativa de que só ocorreria no segundo turno das eleições.
As declarações de Fidelix acabaram precipitando o encontro. Na onda de debates registrada nas redes sociais, Dilma foi lembrada várias vezes por não ter se empenhado no debate pela aprovação da lei contra a homofobia, que tramita no Congresso. Ontem pela manhã, os convidados foram avisados que seriam recebidos pela candidata, à noite, no bairro Campo Limpo, em São Paulo, onde ela participaria de um comício. Dilma recebeu o grupo atrás do palanque. Foi necessário pedir para abaixar o volume das caixas de som, que transmitiam jingles da campanha. Entre os convidados estavam representantes da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Trans (ABGLT), Grupo Dignidade, Articulação Brasileira de Lésbicas, Liga Brasileira de Lésbicas, Movimento D'Elas, Cellos Minas Gerais e Rede Afro LGBT, entre outras organizações. De acordo com nota distribuída em seguida pela assessoria de imprensa da campanha do PT, foi um encontro para manifestar o apoio do movimento LGBT à candidatura de Dilma. A presidente teria dito mais uma vez que é contra a homofobia: "Eu já disse que o meu governo e eu, pessoalmente, tanto pública quanto pessoalmente, sou contra a homofobia. E acho que o Brasil atingiu um patamar de civilidade que nós, a sociedade brasileira, o governo, todos nós, não podemos conviver com processos de discriminação que levem à violência." Ainda segundo a nota, os representantes do movimento "parabenizaram a presidenta Dilma pelos pronunciamentos que ela vem fazendo ao longo da campanha e também na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) favoráveis à causa". O texto da assessoria também informou que "Dilma recebeu das mãos de Eleonora Pereira, mãe do jovem Ricardo Pereira, assassinado por homofobia em Recife (PE), em 2010, a bandeira do movimento gay que o filho usou na campanha de Dilma em 2010, e uma camisa do instituto que leva o nome do jovem".