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Relatório confirma Mato Grosso do Sul como principal foco de conflitos indígenas

Os problemas enfrentados pelos índios guarani-kaiowá do Mato Grosso do Sul parecem não ter fim. O Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil - 2013, divulgado há pouco pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), torna a apontar aquele Estado como o principal foco de conflitos envolvendo indígenas em todo País.

Por Roldão Arruda
Atualização:

Os indicadores são contundentes. Do total de 56 casos de suicídios entre índios ocorridos no ano passado, 50 ocorreram em Mato Grosso do Sul, no meio dos guarani-kaiowá. Também foram registrados ali 33 dos 53 casos de assassinatos de índios e 16 das 29 tentativas de assassinato.

Segundo o Cimi, o aumento da tensão está ligado a três fatores. Um deles é o fato de estarem concentrados no Mato Grosso do Sul "vultosos interesses econômicos do agronegócio, em função das grandes extensões de plantio de soja, milho e cana-de-açúcar, além da pecuária".

 Foto: Estadão

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O outro é a situação de confinamento a territorial a que estariam submetidos os guarani-kaiowá. Um exemplo disso encontra-se na Reserva Indígena de Dourados. Situada no perímetro urbano da cidade, ela concentra 13 mil pessoas numa área de 3,6 hectares de terra. Trata-se da maior concentração populacional entre povos tradicionais, segundo o Cimi. O texto do relatório afirma que isso impossibilita "plantar, fazer rituais, pescar, educar filhos e socializar jovens"; e explica em grande parte o elevado número de suicídios.

O terceiro fator está ligado ao governo federal, que paralisou os processos de demarcação de terras. Segundo o Cimi, isso estaria estimulando a violência contra os indígenas.

Em relação aos suicídios, o Cimi apurou que ocorreram 684 casos entre 2000 e 2013. Na maioria das vezes, a pessoa envolvida é jovem (13 a 21 anos), pertence ao sexo masculino e recorre ao enforcamento.

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