Após quase oito anos de desentendimentos e acusações, a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) voltaram a se aproximar. Representantes das duas instituições assinaram agora à tarde em São Paulo um protocolo de intenções, destinado a promover a cooperação técnica e a realização de atividades conjuntas em áreas de assentamentos da reforma agrária em todo o Estado. As comunidades de quilombolas também deverão ser beneficiadas.
O documento foi assinado pelo diretor executivo do Itesp, Marco Pilla, e pelo superintendente regional do Incra, José Giacomo Baccarin. Na cerimônia, na sede do Itesp, os dois ressaltaram o novo momento, de aproximação administrativa entre os governos federal e estadual. "Não há disputa política, é preciso cooperação entre as instituições", disse Baccarin. "Nós devemos caminhar juntos e buscar o objetivo comum: o bem dessas famílias que podem e deverão ser beneficiadas pelos projetos que serão desenvolvidos pelas duas instituições", confirmou Pilla.
Até recentemente, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a superintendência regional do Incra em São Paulo, não queria saber de parcerias com o Itesp. Depois de romper os acordos existentes com a fundação paulista, contratou empresas particulares para cuidar da assistência aos assentamentos. O caso acabou na Justiça, porque, segundo o Itesp, as empresas contratadas não tinham nenhuma experiência no ramo.
As ações realizadas em parceria pelas duas instituições poderão beneficiar os 174 assentamentos existentes no estado - 133 estaduais e 41 federais - e também todas as 28 comunidades remanescentes de quilombos. No total, atingiriam uma população de quase 55 mil pessoas.