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'Eu nunca imaginei ser presidente da República', afirma Dilma em entrevista

Rodrigo Alvares

Por Camila Tuchlinski
Atualização:

"Eu nunca imaginei ser presidente da República, sempre fui uma servidora pública", disse a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff (PT), sobre como reagiu ao receber a indicação do próprio presidente Lula para concorrer à sua sucessão. Ela também voltou a defender a liberdade de imprensa, a estabilidade econômica e declarou que pretende escolher logo os nomes que vão compor o seu governo na noite desta segunda-feira durante entrevistas ao Jornal da Record e ao Jornal Nacional (Rede Globo).

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"Em uma novela", como definiu a condução da entrevista ao JN, Dilma falou sobre sua origem búlgara, sua participação em grupos durante o regime militar e sua carreira na administração pública através de matérias apresentadas pelo programa - como a prisão onde ficou em São Paulo e foi torturada. Questionada sobre a senasação de "rever" as cenas do que aconteceu àquela época, disse que "os caminhos eram fechados e cometeu uma gafe ao dizer que "a ditadura abriu os caminhos para a democracia no Brasil".

Ao Jornal da Record, Dilma repetiu o tom do discurso da vitória sobre José Serra (PSDB) no último domingo: "Não cabe, em relação à imprensa, principalmente de uma pessoa pública, qualquer nível de crítica tentando coibir o que a imprensa disse ou deixou de dizer. Eu prefiro as vozes críticas do que o silêncio das ditaduras. Agora, isso não impede que eu me sinta prejudicada em alguns momentos e tenha de me defender. Eu sempre brinco que o controle remoto na mão do telespectador é o melhor controle que pode ter por parte da população em relação à mídia. Quem resolve ali é o indivíduo".

Inflação

Dilma garantiu que vai manter os gastos sociais e o investimento, mas declarou que "todos os princípios que regeram o nosso governo, no período Lula, eu manterei no meu governo. São os princípios que fundam a estabilidade macroeconômica e o equilíbrio macroeconômico no Brasil. Nós não brincaremos com a inflação. Nós seremos um governo que terá metas inflacionárias da mesma forma que tivemos no governo Lula. Não vamos gastar aquilo que não se pode gastar".

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"Não acredito que manipular câmbio vá levar a algum lugar", acrescentou. "Nós temos hoje uma quantidade de reservas que permite que a gente se proteja de qualquer especulação internacional".

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