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Dirceu nega ser lobista e defende atuação como consultor

Com informações de Eduardo Reina

Por Jennifer Gonzales
Atualização:

O ex-ministro chefe da Casa Civil e atual dirigente do PT, José Dirceu, negou nesta segunda-feira, 1º, na gravação do programa Roda Viva, da TV Cultura, que atue como lobista e defendeu sua atuação como consultor. "No Brasil, lobista tem característica de tráfego de influência, é pejorativo, quase criminoso. Não ganho a vida ilegalmente. Todo mundo sabe onde moro, em que trabalho. Sou advogado e consultor. Eu devo contas à Receita Federal e não a ninguém aqui".

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Para José Dirceu, campanha eleitoral foi a mais suja até hoje

Dirceu chegou a se exaltar sobre a questão: "Vou repetir, lobby para o espectador significa outra coisa. Eu exerço a minha profissão. Durante esses anos todos passei por uma pressão enorme, conseguiram me tirar da vida pública, da política. Agora, quando ganho dinheiro como advogado e consultor, todo mundo vem falar que sou lobista? isso não dá, não!"

 Acusado de formação de quadrilha e corrupção no escândalo do mensalão, Dirceu afirma que foi massacrado e injustiçado. "Durante esses anos todos, houve uma pressão neste País para me tirarem da vida política, da vida pública. E o PSDB conseguiu. Quem lê meu processo vê que lá não existe nenhuma acusação sobre mim. Não posso aceitar o que o José Serra fez comigo, ele me linchou. Eu tenho biografia e não folha corrida. Estou cumprindo pena e eu não aceito isso. Eu não tenho foro privilegiado, eu fui injustiçado pela minha própria história dentro do PT. Sou inocente! "

'Não posso, não devo e não quero'

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Dirceu, que atuou nos bastidores da campanha de Dilma, disse que não terá cargo algum no governo da nova presidente do Brasil. "Não posso, não devo e não quero. Não terei participação direta no governo de Dilma. Tenho que primeiro prestar contas na Justiça, estou sendo acusado de chefe de quadrinha e corrupção, não é pouca coisa".

Questionado sobre o que achou sobre o discurso feito pelo candidato derrotado do PSDB, José Serra, o ex - ministro disse que considerou o tucano"pequeno". "O Serra me surpreendeu com a agressividade dele. Ele já se colocou como primeiro da oposição no Brasil e eu nem sei se ele terá credenciais para isso. Foi totalmente indelicado com o seu próprio partido e também com a vitória da Dilma", disse.

O ex-ministro da Casa Civil reconhece que a oposição no Brasil mostrou que tem força e ele não a subestima. "A oposição elegeu muitos governadores, eles têm força, sim. O Serra ainda tem muito o que fazer, e admito que ele lutou até o final de sua campanha, tem o seu valor. Nosso País tem rumo e a Dilma terá condições de governar muito bem e a oposição terá um papel importante. Não existe governo sem oposição".

Dirceu afirmou ainda que a prioridade do primeiro ano de mandato da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) será implementar as reformas política, administrativa e tributária. Para isso, contará com a "enorme colaboração" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Nesse primeiro ano, ela precisa se esforçar muito para fazer muito para fazer essas reformas", disse.

O controle social da mídia foi outro assunto levantado, e que José Dirceu colocou sua posição: "O que existe é uma regulamentação na mídia como, por exemplo, o código de ética do jornalista. Em Portugal isso existe, na França também. Ao meu ver, o audiovisual tem que ter um regulador, sim. Muitos países tem regulamentação que protege o jornalismo político, por exemplo. Agora, não é censura política. Isso é um absurdo!".

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