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Ex-mulher de Cachoeira nega irregularidades e fala à CPI em sessão secreta

Eugênia Lopes e Lilian Venturini , de O Estado de S.Paulo - atualizado às 11h43

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Por Lilian Venturini
Atualização:

A ex-mulher de Carlinhos Cachoeira, Andréa Aprígio, negou ter ligação com o esquema do contraventor, em depoimento à sessão da CPI do Cachoeira, na manhã desta quarta-feira, 8. Andréa fez uso da palavra por cerca de 15 minutos e só aceitou responder às perguntas dos parlamentares quando a sessão foi transformada em reunião secreta.

Andréa tinha decisão judicial para ficar em silêncio, porém não foi liberada pela presidência da CPI. O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), argumentou que, ao fazer a declaração inicial, Andréa deveria permanecer para ouvir as perguntas, mesmo sem respondê-las. Por sugestão do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) a sessão passou a ser secreta, sem a presença da imprensa, e ela aceitou continuar.

 Foto: Estadão

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Em sua fala inicial, Andréa Aprígio explicou sua atual relação com o contraventor e sobre as contas de suas empresas, suspeitas de fazerem parte do esquema de Cachoeira. Andréa negou irregularidades, afirmou não ter mais vínculo com o ex-marido. Para a Polícia Federal, a ex-mulher de Cachoeira atuaria como laranja em empresas do ex-marido e é dona da indústria farmacêutica Vitapan, empresa envolvida com a organização. O irmão dela, Adriano Aprígio de Souza, é suspeito de ameaçar por e-mail a procuradora Léa Batista de Oliveira, uma das responsáveis pelas investigações.

Segundo Andréa, a administração das empresas ligadas a ela é de sua responsabilidade e o rendimento é compatível com a sua renda. A ex-mulher de Cachoeira negou ainda que tenha se valido de relações políticas para conseguir benefícios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em favor da Vitapan. Andréa fez referência às acusações de que o órgão tenha beneficiado a empresa . O gestor da Anvisa na época era o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz  (PT), que, em depoimento à CPI, negou ter vínculo com o contraventor.

Outro depoente previsto para falar nessa quarta-feira era Rubmaier Ferreira de Carvalho, apontado como contador da organização criminosa. Rubmaier é suspeito de ser o responsável pela abertura de empresas de fachada usadas para lavar dinheiro. A exemplo de Andréa Aprígio, ele também tinha decisão judicial para ficar em silêncio.

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Na sessão dessa terça-feira, 7, os dois convocados, entre eles a noiva de Cachoeira, Andressa Mendonça, também não falaram. Diante do fracasso dos depoimentos, integrantes da Comissão acreditam que a CPI "está indo para o buraco". "Parece que a CPI está nos estertores, se esvaindo em sangue", resumiu o senador Pedro Taques (PDT-MT). Preocupada com esse esvaziamento, a Comissão pretende elaborar uma agenda de depoimentos até outubro./Com informações da Agência Senado

Abaixo, os principais momentos da sessão:

11h10 - Diante da resistência de Andréa Aprígio em responder as perguntas, os parlamentares paralisaram a sessão por alguns minutos para discutir a possibilidade de "fechar" a sessão para a imprensa e, assim, deixar a ex-mulher do contraventor mais confortável para conversar com os parlamentares. Ela aceitou a proposta e a sessão foi encerrada

10h57 - O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), pede a palavra e dirige perguntas a Andréa sobre dívidas financeiras com Carlinhos Cachoeira, resultado de empréstimos do contraventor a empresas da ex-mulher. Andréa Agripígio, no entanto, diz que não quer responder e afirma que sua declaração de imposto de renda está correta. "Gostaria de encerrar. Acredito que declarei tudo que tinha a declarar. Meus filhos estão sofrendo muito com isso. Eles sofrem pressão na escola. A exposição está além do limite e gostaria que vocês entendessem", afirma Andréa. A comissão discute agora como será conduzida a sessão.

10h52 - Ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio: Afirma que durante o tempo em que esteve casada com Cachoeira mantinha vida profissional diferente da dele. "Minha postura reservada diante de tantas acusações se dá pela certeza da correição da minha conduta e das minhas empresas. As especulações só geram angústia e mais sofrimento." Andréa questiona aos parlamentares se faria sentido alguém deixar um bem relevante a um(a) ex. Ao final, ela pede que os parlamentares respeitem o seu silêncio a partir de agora.

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10h48 - Ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio: Sobre a indústria farmacêutica Vitapan, especificamente citada nas investigações, Andréa nega irregularidades e afirma que nenhuma movimentação financeira da empresa foi identificada durante a Operação Monte Carlo, responsável pela prisão de Cachoeira. Menciona relatório da Receita Federal que atesta a regularidade das contas das empresa. Andréa nega ainda que tenha buscado influência políticas para obter benefícios com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

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10h43 - Ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio: "Hoje sei que serei sempre a ex-esposa de Carlos Cachoeira", afirma a ex-mulher, afirmando que atualmente a sua ligação com Cachoeira restringe-se apenas ao vínculo familiar. "É de conhecimento as acusações que pesam contra mim. Mas essas acusações estão muito distantes de mim", diz. Segundo ela, a administração das empresas ligadas a ela é de sua responsabilidade e o rendimento é compatível com a sua renda. Nega que as empresas sejam usadas para fins ilícitos, apontadas pela Polícia Federal como parte integrante da organização de Cachoeira.

10h38 - Andréa Aprígio entra na sala da sessão, acompanhada de seu advogado. O presidente da CPI explica que seu depoimento é para colaborar com as investigações da CPI e que ela terá garantido seus direitos. "Minha presença aqui é puramente para colaborar, porém, antes de usar dos meus 20 minutos, gostaria muito de esclarecer que quero preservar minha família", afirma Andréa. Ela fará uso dos 20 minutos mas sinalizou que não responderá às perguntas dos parlamentares.

10h28 - Senador convida a ex-mulher de Carlinhos Cachoeira, Andréa Aprígio, para entrar na sala. Ela está amparada por decisão judicial que a permite ficar em silêncio.

10h26 - Presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), abre a sessão

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