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Caso Cachoeira gera troca de provocações entre deputados no Twitter

estadão.com.br

Por Ricardo Chapola
Atualização:

Texto atualizado às 18h43

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O envolvimento irregular entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, e parlamentares, e que desencadeou em investigações da Polícia Federal resultou também numa troca de provocações entre deputados de Goiás, via Twitter. A discussão envolveu o deputado Armando Vergílio (PSD) e o deputado Ronaldo Caiado (DEM), após Caiado ter cobrado provas do Ministério Público e da Polícia Federal sobre a denúncia feita pela revista Veja de que Cachoeirinha financiava campanhas políticas com fundos vindos da exploração ilegal de jogos em Goiás, entre as quais a do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

'Não se deixe levar pelas provocações dos desafetos q vc constrói com seu estilo 'BOI SELVAGEM' no comando do DEM', disparou Vergílio.

Caiado deu como resposta: 'Prefiro fazer política ao estilo boi selvagem que ao seu estilo boi de canga', replicou ao se manifestar também contrário à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta pelo deputado Protógenes (PCdoB) exclusiva para o caso. Segundo Caiado, já existem provas e investigações suficientes do MP e da PF. 'CPI é para algo novo, sem investigação, como a corrupção que toma conta dos ministérios. Por que não assinaram a CPI da Corrupção?', tuitou.

Vergílio reagiu à discordância do colega e ironizou Caiado. 'Porém sendo a CPI instalada me disponho a participar ativamente dela ativamente, e vc???', escreveu.

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'Mostre q ñ tem canga. Faça parte da CPI. Quero te encontrar lá. Quem ñ deve, ñ teme, quem ñ teme ñ treme', postou Vergílio.

O deputado do PSD ainda cobrou de Caiado 'a verdadeira opinião' que ele tinha sobre os deputados de sua sigla envolvidos no caso. O deputado do DEM disse que esperará para ver todos os documentos da operação antes de formular qualquer juízo de valor dos partidos. Vergílio rebateu, afirmando que fará também o juízo de todos, 'especialmente daqueles que são (ou se consideram os paladinos da moralidade', referindo-se aos correligionários de Caiado.

Mais tarde, o deputado do DEM voltou a tuitar sobre o caso, escrevendo que não poupará culpados do caso, independente de partido, cargo ou governo.

Registros revelam gravações feitas pela PF de diálogos entre o senador e Cachoeira, em que Demóstenes pediria o pagamento de uma despesa de táxi-aéreo de R$ 3 mil. Em outra gravação, o senador teria revelado ao empresário detalhes de reuniões reservadas da qual participou no Congresso.

O relatório, segundo a reportagem, foi enviado à Procuradoria Geral da República em 2009, mas não teve encaminhamento. O documento aponta o envolvimento de outros deputados.

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Carlinhos Cachoeira foi preso no final de fevereiro na Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal e que levou cerca de 30 pessoas à prisão. Na semana passada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que vai analisar os diálogos. Nessa terça-feira, 20, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) entregou pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a relação de parlamentares com o empresário.

 

 Foto: Estadão
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