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Câmara de SP vai ter dois ex-PMs da Rota e oito evangélicos

Adriana Ferraz, Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli, de O Estado de S. Paulo

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Por João Coscelli
Atualização:

SÃO PAULO - O eleitor paulistano trocou 22 dos 55 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo. O índice de renovação é de 40% - na eleição passada essa taxa foi de 29%. Entre os novos parlamentares que assumem dia 1º de janeiro estão dois ex-policiais militares "linhas-duras" da Rota - o coronel Telhada (PSDB) e o ex-deputado estadual Conte Lopes (PTB) - e três líderes de igrejas evangélicas.

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Telhada foi o quinto colocado entre os eleitos, com 88.965 votos. Comandante da Rota até 2011, ele tem defendido as recentes ações da corporação que terminaram com suspeitos mortos - seis na zona leste, no final de maio, e nove em Várzea Paulista, no interior, no mês passado. "Bandido bom é bandido morto" é um de seus lemas usados em suas redes sociais na internet.

Lopes também foi da Rota. Ele tem criticado as investigações e prisões de PMs acusados de matar suspeitos em supostos confrontos. Entre os vereadores ainda aparece um delegado da Polícia Civil, Celso Jatene (PTB), reeleito pela quarta vez. Lopes e Telhada são próximos do atual secretário estadual de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto.

Entre os evangélicos novatos estão nomes como Patrícia Bezerra (PSDB), da Igreja da Graça, Jean Madeira (PRB), da Igreja Universal, e o pastor Edemilson Chaves (PP), da Igreja Mundial.

A estreia do recém-criado PSD nas urnas paulistanas ajudou o PT a manter a maior bancada do Legislativo, com o mesmo número de parlamentares: 11. Já o PSDB, segundo colocado, é o que mais sofreu perdas. A legenda elegeu 9 representantes, contra 13 da eleição passada.

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A terceira maior bancada será do novo partido criado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), com 7 cadeiras. Em terceiro lugar, três legendas empataram: PMDB, PTB e PV elegeram 4 vereadores cada. Em seguida, vêm PR e PSB, com 2 vereadores. A renovação, porém, é menor que as verificadas em 2004 (45%) e em 2000 (51%).

A nova composição da Câmara ainda devolve força ao PMDB, que conseguiu quatro cadeiras empurrado pelo crescimento do candidato à Prefeitura Gabriel Chalita. O PV, liderado pelo campeão de votos Roberto Tripoli, alcançou o mesmo número de representantes, com um diferencial: dos quatro eleitos, três deixaram o PSDB no ano passado. A legenda que mais encolheu no Legislativo paulistano, porém, foi o DEM.

Outra surpresa foi que o atual decano da Casa, Wadih Mutran (PP), de 78 anos, não conseguiu um oitavo mandato consecutivo. O vereador com reduto na Vila Maria, na zona norte, fica de fora do Legislativo após 30 anos.

Na segunda colocação entre os mais votados ficou um estreante no Legislativo, o ex-secretário estadual de Cultura Andrea Matarazzo (PSDB), de 55 anos, um dos principais e mais próximos aliados de José Serra (PSDB). Ele também foi secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé na primeira gestão Serra/Kassab.

Na terceira e quarta colocações aparecem dois figurões da política paulistana, ambos com reduto eleitoral em bairros no extremo da zona sul: os desafetos Milton Leite (DEM) e Goulart (PSD) conseguiram um quinto mandato consecutivo.

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O atual presidente da Câmara, Police Neto (PSD), entrou na última vaga da coligação encabeçada por PSDB-PSD. Ele teve 28.270 votos, quase a metade de seus 55 mil obtidos na eleição de 2008.

 Foto: Estadão
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