"A farra acabou, a conta chegou", definiu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) sobre o detalhamento dos cortes orçamentários divulgado nesta segunda-feira, 28, pelo governo federal. Para o tucano eleito por São Paulo, o governo excedeu-se nos gastos no período eleitoral, a fim de garantir a eleição da candidata governista, e agora precisa reduzir investimentos.
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Aloysio citou a Medida Provisória 503, que será votada nesta terça-feira, 1º de março, no Senado, para criticar a falta de critérios do governo na aplicação dos recursos públicos. A MP reforça em R$ 30 bilhões o capital do BNDES. "São recursos captados pelo Tesouro pela taxa Selic para que o BNDES empreste a juros de pai para filho para as empresas privadas. Isso é uma sangria do dinheiro público", criticou.
O tucano ponderou que o governo poderia cortar outras despesas sem prejudicar investimentos, como na área de infraestrutura e educação. Ele voltou a criticar a estrutura da administração pública federal, "inchada com 37 ministérios, e a presidente Dilma ainda anunciou mais um", lembrou, em alusão ao Ministério da Micro e Pequena Empresa, ainda em fase de gestação.
As despesas obrigatórias tiveram um corte de R$ 15.762 bilhões, enquanto as despesas discricionárias caíram R$ 36.201 bilhões, conforme anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os ministérios das Cidades e Defesa sofrerão os maiores cortes nominais, de R$ 8,58 bilhões e R$ 4,38 bilhões, respectivamente. Segundo o Ministério do Planejamento, os ministérios do Turismo e Esportes sofrerão os maiores cortes porcentuais.