O Públicos estará lá! As garrafas de café e os pacotes de bolacha são por nossa conta! Bora?
Hackatão reúne programadores e jornalistas
Estadão realiza primeira maratona hacker da mídia brasileira no dia 23; inscrições já estão abertas
SÃO PAULO - Dados podem falar mais do que palavras. Todos os tipos de dados públicos - índices de criminalidade, educação, saúde, salários - são a base do trabalho do jornalismo. Só que nem sempre esses dados são compreensíveis - e, muitas vezes, um aplicativo ou infográfico pode revelar mais ao leitor do que os números brutos. E, no século digital, hackers podem se tornar grandes aliados na investigação jornalística.
Durante o encontro, times formados no próprio dia escolherão temas de utilidade pública e passarão 24 horas programando para entender melhor e tentar encontrar soluções para os problemas do País. As atividades começam a partir da meia-noite de sexta-feira e vão até a meia-noite de sábado, e acontecem na sede do jornal O Estado de S. Paulo, no bairro do Limão, em São Paulo.
A ideia é reunir gente interessada em pesquisar e programar para uma maratona de desenvolvimento. Esse modelo é adotado em várias empresas, como Google e Facebook, e também em instituições como a Câmara Municipal de São Paulo e o RhOK, evento capitaneado pela ONU e Banco Mundial para criar soluções para prevenir desastres. No mundo da mídia, o jornal inglês The Guardian, por exemplo, já realizou um evento do tipo. No Brasil a iniciativa é inédita.
"O mais interessante deste encontro é que ele aconteceu de forma espontânea", explica Claudia Belfort, editora-chefe de conteúdos digitais do Grupo Estado. "Era algo que o pessoal do Link já estava cogitando fazer, que a equipe do caderno Estadão.edu vinha namorando e que se tornou um caminho natural para o Estadão Dados, projeto que lançamos há pouco mais de um mês justamente para trabalhar estes bancos de dados que estão disponíveis publicamente. Quando estas três áreas diferentes convergiram naturalmente para o tema, percebemos que era uma oportunidade que não poderíamos deixar passar."
"A vantagem de fazer um hackathon num jornal é conseguir juntar pessoas que lidam com informação no seu trabalho diariamente - nesse caso, para fazer reportagens e escrever histórias - com hackers, que conhecem formas muito espertas para lidar com dados. O combinado desses dois grupos pode ajudar a criar e pensar formas inéditas de gerar valor público para a informação", diz Daniela Silva, da comunidade Transparência Hacker, que participará do evento.
Em maio passado, entrou em vigor no País a Lei de Acesso à Informação, que dá o direito de qualquer cidadão solicitar informações de todas as esferas do governo. Mas como essa abertura pode contribuir para uma maior transparência e fortalecimento da democracia? Um hackathon é a maneira da sociedade civil adotar uma postura mais ativa na política, contribuindo com soluções e novos entendimentos sobre o que acontece no País.
O Basômetro, primeiro projeto do Estadão Dados, é fruto da colaboração entre jornalistas e programadores. O aplicativo mede a influência da base do governo nas votações dos parlamentares - e dá novos entendimentos sobre a dinâmica política. Outros projetos do tipo podem surgir - e a maratona é o melhor lugar para concretizar essas ideias. O que você quer saber sobre o governo? Como um aplicativo pode ajudar a sociedade? Como você pode colaborar com a pesquisa e desenvolvimento de soluções políticas? Participe! As inscrições estão abertas (clique aqui para se inscrever) e o resultado será divulgado na semana que vem.
DÚVIDAS?
Quem pode participar? Jornalistas, estudantes de jornalismo, designers e programadores
Quando? A maratona de programação começa às 0h de sábado, 23, e termina às 0h de domingo. São 24 horas ininterruptas
O que vai acontecer? A idéia é transformar os dados públicos brutos em aplicativos e gráficos úteis e interessantes. É imprevisível
Como se inscrever? Preencha o formulário aqui.