Memorando do diretor da CIA em 1974, William Cosby, ao secretário de Estado dos EUA à época, Henry Kissinger, obtido nos arquivos da Inteligência americana pelo pesquisador da FGV Matias Spektor revisa a história da abertura do regime militar para democracia tal como a conhecemos hoje. Nele, o funcionário conta que em reunião com outros três generais, entre os quais o então chefe do SNI e depois seu sucessor, João Figueiredo, o presidente Ernesto Geisel, assim que empossado, autorizou Figueiredo a controlar a continuação da política de execução de "subversivos perigosos" nos porões da repressão, tal como era praticada no governo anterior, sob Emílio Médici. Conclui-se daí que a saída da ditadura para democracia não foi uma retirada. Este é meu comentário no Podcast Estadão Notícias, no ar no Portal do Estadão desde as 6 horas da sexta 11 de maio de 2018.