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Muro de cemitério

Após ter sido comprado para fazer oposição de fancaria, PSDB se vende para Temer não cair

Por José Neumanne
Atualização:

Alto tucanato reunido para nada resolver e ficar no governo sem precisar de voto. Foto: André Dusek/Estadão

O Ministério Publico de São Paulo e a Lava Jato, desmascaram o PSDB como opção ética ao PT e ao PMDB, sob cuja égide foi realizada o maior, mais cínico e espetacular esquema de corrupção da História e como alternativa de gestão competente para substituir os desgovernos a que apenas em teoria se opunha.  Na reunião da executiva ampliada de segunda 12 de junho pairou também o fantasma político de seu ex-presidente nacional Aécio Neves, que despontou como grande esperança nacional de uma política mais ética e uma gestão pública mais competente, mas desabou com as revelações feitas sobre as propinas que recebeu e que foram reveladas na delação dos 77 da Odebrecht e na da JBS.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - M 107,3 - na terça-feira 13 de junho de 2017, às 7h30m)

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Eldorado 13 de abril de 2017

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O PSDB decidiu em reunião ampliada da executiva nacional e de demais lideranças do partido, que vai permanecer na base aliada, mantendo-se como principal doador do governo Temer. A pretexto de que os tucanos tomaram essa decisão?

Os tucanos adotaram o discurso de que não podem desembarcar agora do governo, sob o argumento de que um eventual rompimento com Temer poderia prejudicar a aprovação das reformas da Previdência e trabalhista.

A decisão foi anunciada pelo ex-ministro das Relações Exteriores de Temer, o senador José Serra (SP). Em entrevista à imprensa, ele afirmou que a maioria dos tucanos decidiu continuar com o governo até que novos fatos surjam. "O PSDB não fará nenhum movimento agora no sentido de sair do governo. Se os fatos mudarem, terão outras análises", afirmou o parlamentar paulista. "É um governo que tocou adiante compromissos que assumiu conosco. Isso é visto como algo positivo", acrescentou.

O senador disse que a reunião não tratou de uma eventual denúncia do  procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente.Mas, nos bastidores, tucanos defendem que legenda deve esperar a eventual denúncia, que deve acontecer até o fim de junho, para se posicionar.

SONORA 1306 JEREISSATTI

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A decisão ocorre também depois que o Ministério Público Estadual paulista ofereceu, na última sexta-feira, 09, denúncia contra o ex-presidente da CPTM, Manuel Seabra Rodrigues Bandeira, outros três dirigentes da Companhia, além de 11 empresários por suspeita de integrar o cartel de trens de São Paulo. Eles são acusados de crimes contra a ordem econômica e fraudes em licitações. O MP dá conta de que que os contratos eram superfaturados em 20% e que o sobrepreço estimado é da ordem de 538 milhões de reais em seis contratos de 2012.

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O trabalho do Ministério Publico de São Paulo, além das investigações da Lava Jato, desmascara o PSDB seja como opção ética para o PT e o PMDB, sob cuja égide foi realizada o maior, mais cínico e espetacular esquema de corrupção de corrupção da História, seja como alternativa de gestão competente para substituir os desgovernos a que apenas em teoria se opunha.  Na reunião da executiva ampliada de ontem à noite pairou também o fantasma político de seu ex-presidente nacional Aécio Neves, que despontou como grande esperança nacional de uma política mais ética e uma gestão pública mais efetiva depois das revelações feitas sobre as propinas que ele recebeu e que foram reveladas tanto na delação chamada de do fim do mundo dos 77 executivos e ex da Odebrecht, seja na sujeirada toda que emergiu depois da delação excessivamente premiada e da ação programada realizada pelos irmãos Batista e os principais executivos do Grupo J&F depois da noite fatídica de 17 de maio, em que foi revelado o encontro nada republicano de seu novo aliado, o presidente Michel Temer com o marchante anapolino Joesley Batista. Tudo isso tira qualquer crédito que ainda teria das explicações que os tucanos tentam dar de seus atos.

E o que dizer, então, do anúncio feito pelo líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), de que o partido vai recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não cassar a chapa Dilma-Temer durante o julgamento concluído na semana passada. Essa decisão guarda alguma coerência com a manutenção do fato de ser o principal sustentáculo político do governo, conforme decisão na mesma reunião?

Segundo ele, a decisão foi tomada durante reunião ampliada da executiva nacional e de outras lideranças tucanas, quando o partido decidiu permanecer na base aliada de Temer. "O partido vai recorrer, a forma como vai recorrer ainda não foi definida", disse Tripoli em entrevista coletiva. Para ele, o melhor caminho deve ser apresentar um recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a decisão do TSE. "A ação é do PSDB. Se não entrar (com recurso), está prevaricando. A incoerência seria não ocorrer", acrescentou o líder tucano, ao ser questionado se o recurso contradiz a decisão da maioria do PSDB de não desembarcar do governo.  Depois da revelação que surgiu dos grampos telefônicos da ação programada da PF com o MPF e a J&F, o melhor que os tucanos poderiam fazer era esquecer essa ação contra a eleição mais fraudulenta da História por dois motivos concretos e fortes. O primeiro deles é que agora é cúmplice da permanência de Michel Temer no poder e também do chororô do presidente em relação à ação da Justiça contra ele. Em segundo lugar, porque as revelações da Lava Jato e da J&F já deixaram mais do que claro que o PSDB foi sócio da roubalheira do PT e do PMDB e, o que é mais grave, enganando a parcela minoritária, mas representativa de pelo menos metade da população. E que agora continuam cúmplices na tentativa de livrar a cara cada vez mais suja de Aécio Neves no acórdão dos políticos que querem desmobilizar a lava jato e desmoralizar os membros do Poder Judiciário que não se venderam ao esquema.

O que isso que você está afirmando com o vídeo divulgado no começo desta semana pelo presidente Michel Temer para reforçar o discurso de que seu governo não vai parar?

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Imagine só que Temer se defendeu do que chamou de conjunto de denúncias "montadas", fez críticas indiretas ao Judiciário e afirmou que não permitirá "ilegalidades" de instituições públicas. "Não vou esmorecer", afirmou.

SONORA 1306 TEMER

O presidente destacou que a ofensiva contra o seu governo começou justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica da história. "Quando havia sinais claros de que as reformas teriam maioria no Congresso Nacional, assacaram contra meu governo um conjunto dedenúncias artificiais e montadas", afirmou. Segundo o presidente, o Estado Democrático de Direito "não admite que as instituições públicas e seus responsáveis cometam ilegalidades sob quaisquer justificativas"."Na democracia, a arbitrariedade tem nome: chama-se ilegalidade. O caminho que conduz da Justiça aos justiceiros é o mesmo caminho trágico que conduz da democracia à ditadura. Não permitirei que o Brasil trilhe este caminho. Não vou esmorecer. Seguirei liderando o movimento em favor da aprovação da agenda de reformas econômicas", destacou.

Temer é alvo de inquérito criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) aberto com base na delação premiadas dos acionistas e executivos do grupo J&F - holding que inclui a JBS. O presidente, investigado pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e participação em organização criminosa, poderá ser denunciado nos próximos dias pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Caso seja acusado formalmente, o Supremo precisará obter uma autorização da Câmara dos Deputados para abrir ou recusar uma ação penal.

Até agora o presidente não deu nenhuma justificativa razoável para a reunião que teve em março com Joesley Batista na calada da noite, já chegando a madrugada, no porão do Palácio Jaburu, onde vive com a família por concessão especial da proprietária do imóvel, que é a sociedade brasileira. Não explicou porque Joesley não passou pelos procedimentos rotineiros de segurança para ter acesso ao imóvel, que é vigiado. Por que este apenas gritou Rodrigo, prenome do deputado afastado Rocha Loures, filmado na ação programado recebendo uma mala com 500 mil reais do executivo da J&F Ricardo Saud na pizzaria Camelo em São Paulo. Todas as desculpas que ele deu para ter ouvido Joesley desfiar uma série de delitos, tais como o pagamento de propina sistemática a um procurador do qual deu o nome e dois juízes mantidos no anonimato, sem tomar nenhuma atitude, sequer de repreensão. Não explicou também por que autorizou o mesmo interlocutor, que ele disse ser falastrão, e não é este o principal defeito dele, mas sim o de ter usado uma fortuna de dinheiro público, sob as bênçãos de Lula, Dilma e Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES, para se tornar o maior produtor e vendedor de proteína animal do mundo, a usar seu nome na defesa de pleitos ilícitos de interesse meramente pessoal no Cade e no Banco Central, pleitos que aliás dizem respeito à Petrobrás. E agora vem a público pregar legalidade. Não lhe parece que ele está exercendo uma dose além do razoável de cinismo, Haisem.

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Por falar em cinismo, tratemos aqui de outra personagem. A desembargadora do Tribunal Regional da 3ª Região Consuelo Yoshida determinou a suspensão dos direitos políticos do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Paulinho da Força Sindical. O que essa sentença traz de conseqüências para o movimento sindical?

Para tomar a decisão a desembargadora acusou Paulinho da Força de improbidade na utilização dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). De acordo com denúncia do Ministério Público Federal, o parlamentar, como presidente da central sindical, contratou a Fundação João Donini sem licitação, para ministrar cursos profissionalizantes para desempregados e pessoas de baixa renda utilizando recursos do FAT. Além da suspensão dos direitos políticos pelo prazo mínimo de cinco anos, Paulinho da Força Sindical e outros réus, incluindo o responsável pela Fundação, João Francisco Donini, foram condenados ao pagamento de multa, calculada com base no valor contratado com dispensa de licitação, proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de cinco anos. Ao dar provimento parcial ao recurso do MPF contra sentença de primeira instância, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF3) aponta a inidoneidade da Fundação e registra reiteradas inconsistências nos cadastros de alunos com duplicidade de CPFs, "o que, no mínimo, demonstra a ausência de seriedade da instituição". As provas, segundo a 6ª Turma, revelam o "prejuízo causado à efetiva e eficaz prestação de serviço público com dinheiro público por instituição absolutamente desqualificada para tanto".De acordo com a denúncia do MPF, no período entre 1999 e 2000, a Força Sindical presidida pelo deputado firmou três convênios com o Ministério do Trabalho para qualificação e re-qualificação profissional de trabalhadores desempregados ou sob risco de desemprego e também para micro e pequenos empreendedores e autônomos. Em uma das parcerias, a Força Sindical teria contratado a Fundação Domini por 215 mil reais para ministrar esses cursos. Os réus tinham pleno conhecimento da incapacidade técnica e da precariedade das instalações para a realização dos cursos profissionalizantes pela fundação contratada e "agiram, no mínimo, com culpa grave, porquanto não atuaram com a diligência esperada na contratação do convênio em questão", ressaltou o colegiado do TRF3.

Paulinho é figurinha carimbada dos governos Lula, Zé Alencar, Dilma e Temer e também pertence à base aliada do vice reeleito em 2014. É membro da elite sindical brasileira que vive de uma superesmola chamada contribuição sindical, que só contribui para a riqueza pessoal dos chefões de sindicatos e centrais. Em boa hora a justiça é posta em seu encalço.

SONORA Os titãs Vossa Excelência

https://www.youtube.com/watch?v=H_U_JNHEUrI

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