Quando alguém pede um autógrafo num exemplar de meu livro O que Sei de Lula (Topbooks, Rio de Janeiro, 2011), minha definição favorita para o protagonista que perfilei em suas 522 páginas é "Macunaíma de palanques e palácios". É necessária, contudo, uma pequena inversão na frase com que Mário de Andrade definiu magistralmente seu personagem-símbolo da brasilidade, "um herói sem nenhum caráter". Lula talvez mereça uma definição com uma troca de lugar do pronome indefinido na frase: "um herói sem caráter nenhum".
Este é o primeiro parágrafo do perfil "Um herói sem caráter nenhum", publicado na Editoria Política, PagA10 do Estado de S. Paulo da quinta-feira 13 de julho de 2017.