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Engana que eu gosto

Temer troca privatização de Congonhas por votos do PR para salvar própria pele

Por José Neumanne
Atualização:

Temer e Zequinha Sarney perdoando multas de colegas predadores inadimplentes Foto: Beto Barata/PR

Pelas contas do Planalto, o presidente Temer pode ter agora contra a segunda denúncia de Janot cerca de 240 votos, 23 a menos do que os 263 obtidos quando a primeira denúncia foi apreciada na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, a avaliação é de que, passada essa etapa, o governo conseguirá recuperar fôlego para retomar projetos importantes. Com essa expectativa, a equipe de Temer já prepara o "day after" da crise e vai lançar o mote "Agora é Avançar". O slogan aparecerá em campanhas publicitárias, discursos, programas e também nas redes sociais.Só falta agora mudar o Ordem e Progresso da bandeira nacional e da publicidade do governo para o lema Me engana que eu gosto.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - FM 107,3 - na segunda-feira 23 de outubro de 2017, às 7h30m)

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Abaixo, a íntegra da degravação do comentário

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Eldorado 23 de outubro de 2017 - Segunda-feira

O governo Temer se dispõe a retaliar os deputados da base aliada que não apoiarem o presidente Michel Temer na votação da segunda denúncia contra ele, marcada para a próxima quarta-feira, 25, no plenário da Câmara. Esta é uma prática republicana?

Em reunião realizada na noite de ontem com Temer, no Palácio da Alvorada, ministros e líderes governistas avaliaram que a votação de quarta representará o mais importante teste de fidelidade da base e servirá para medir com quem o Palácio do Planalto pode ou não contar de agora em diante. Esta não é uma prática nada republicana. Mas sempre foi adotada nas votações apertadas. Eles compram e nós pagamos a fatura.

SONORA 2310 TEMER

Segundo reportagem de Vera Rosa e Igor Gadelha, da Sucursal do Estadão em Brasília, embora a ameaça não esteja sendo feita publicamente, auxiliares de Temer afirmam que os infiéis perderão cargos no governo, o que pode levar à necessidade de uma reforma ministerial. O diagnóstico é que a pressão do Palácio do Planalto servirá para parlamentares indecisos reavaliarem posições, porque os partidos não vão querer perder postos estratégicos às vésperas do ano eleitoral de 2018.

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A maior incógnita, até agora, diz respeito ao PSDB. Em 2 de agosto, na votação da primeira denúncia apresentada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer, por corrupção passiva, os tucanos se dividiram. Na ocasião, 22 deputados do PSDB foram a favor do arquivamento da acusação, mas 21 se posicionaram pela abertura do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). À época, afilhados políticos de infiéis perderam cargos de segundo e terceiro escalões, mas os tucanos foram poupados.

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O PSDB comanda quatro ministérios (Cidades, Secretaria de Governo, Relações Exteriores e Direitos Humanos) e, desta vez, vai liberar o voto da bancada. O Planalto espera o apoio da ala pró-Aécio Neves, já que o governo trabalhou para que os senadores aliados mantivessem o mandato do tucano, que havia sido afastado do cargo por decisão da Primeira Turma do Supremo.

Após muitas articulações políticas, a equipe de Temer também acredita que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ajudará o Planalto na quarta-feira, ao contrário do que fez na votação de 2 de agosto, quando orientou a bancada a se posicionar contra o presidente.

Em entrevistas recentes, Alckmin classificou a nova "flechada" de Janot contra Temer como "inepta". A denúncia, por obstrução da Justiça e organização criminosa, teve como eixo as delações do empresário Joesley Batista e de outros executivos da J&F, além do depoimento do corretor Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) também são alvo da investigação e foram denunciados por organização criminosa.

Temer vai se reunir com líderes da base aliada hoje e amanhã. Dez ministros que são deputados já foram exonerados temporariamente e retornaram à Câmara para ajudar o governo e pedir votos a favor de Temer.

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Pelas contas do Planalto, o presidente pode ter agora cerca de 240 votos, 23 a menos do que os 263 obtidos quando a primeira denúncia foi apreciada na Câmara. Mesmo assim, a avaliação é de que, passada essa etapa, o governo conseguirá recuperar fôlego para retomar projetos importantes.

Com essa expectativa, a equipe de Temer já prepara o "day after" da crise e vai lançar o mote "Agora é Avançar". O slogan aparecerá em campanhas publicitárias, discursos, programas e também nas redes sociais.

Só falta agora mudar o Ordem e Progresso da bandeira nacional e da publicidade do governo para Me engana que eu gosto.

Até que enfim, a Polícia Federal começou a investigar malfeitos no BNDES. Será que desta vez se abre a famosa caixa preta dos campeões mundiais de Lula e do PT?

Em relatório encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) no âmbito da Operação Acrônimo, a Polícia Federal concluiu que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), atuou com o auxílio do ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho para favorecer o Grupo Casino ao não liberar empréstimo para viabilizar a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour. Na época dos fatos investigados, Pimentel chefiava o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e presidia o Conselho de Administração do banco público.

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Segundo a PF, Pimentel e Coutinho se articularam para impedir a concretização de um empréstimo do BNDES para o empresário Abilio Diniz, que na época buscava apoio do banco público para a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour. Em fevereiro de 2011, Diniz apresentou o projeto de fusão a Coutinho, que teria autorizado a realização de estudos técnicos sobre a operação. À época, Diniz e os franceses do Grupo Casino disputavam o controle do Pão de Açúcar.

A PF aponta no relatório que o Casino, contrário à compra, teria efetuado pagamentos para uma empresa que cedeu 40% dos valores à mulher de Pimentel, Carolina de Oliveira. Para os investigadores, o repasse seria uma contrapartida à inclusão de uma cláusula em desfavor de Diniz. A cláusula tratava da obrigatoriedade do Pão de Açúcar não possuir qualquer disputa judicial com os franceses para poder ter acesso ao dinheiro do BNDES.

Já estava mais do que na hora de abrir a caixa preta do BNDES. Mas ainda está faltando a contribuição dos irmãos Batista. Continuam aparecendo novidades da delação premiada deles, que está ameaçada, mas até agora não apareceu nada sobre a contribuição das gestões do PT para a fortuna deles. Até quando teremos de esperar pela chegada do óbvio?

Que história é esta de que partidos poderão pagar multas eleitorais em até 700 anos. Será que realmente chegaremos a esse ponto?

Sem perspectiva de conseguir quitar dívidas de multas eleitorais acumuladas por anos, dirigentes partidários afirmam que pretendem recorrer às novas regras de parcelamento aprovadas no projeto de reforma política para renegociar os pagamentos. A nova lei prevê que a parcela mensal não ultrapasse 2% dos repasses do Fundo Partidário. Há casos em que o parcelamento pode se alongar por até 698 anos, o que, na prática, representa quase uma "anistia" dessas dívidas.

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Segundo levantamento da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), feito a pedido do Estado, o total das débitos eleitorais inscritos na dívida ativa da União, chega a R$ 81,4 milhões. O campeão é o diretório paulista do PSB, que acumula R$ 3,7 milhões em multas.

O perdão a multas por violações da lei é a forma mais cínica de demonstrar o desprezo dos políticos pela cidadania. Eles querem viver à tripa forra porque tem sempre o eleitorado para pagar a conta de suas estripulias. Enquanto isso não mudar, a democracia no Brasil será sempre uma piada de muito mau gosto.

O que você tem a dizer sobre mudança de nome do PEN para poder acolher o vice campeão das pesquisas eleitorais prematuras na legenda?

Na expectativa de atrair o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) para disputar a Presidência da República em 2018, o Partido Ecológico Nacional (PEN) vai virar Patriota, apagar a causa ambiental de seu estatuto e dar uma guinada à direita. Seus filiados ficarão proibidos de se coligar com "partidos de extrema esquerda" e deverão ser contra o aborto e a legalização das drogas e se posicionar a favor da redução da maioridade penal e do uso de armas de fogo. Apesar do novo estatuto, Bolsonaro ainda não se filiou à legenda.

Este é o melhor exemplo disponível - mas não faltam outros da falta de consistência e de vergonha dos partidos e dos políticos.

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Tivemos muitas notícias sobre a Oi nesse fim de semana. A que conclusão podemos chegar?

Todo cuidado é pouco, em nosso nome, o consumidor, vamos ser tungados.

Matéria da Folha de S.Paulo, no sábado, diz que uma das saídas para a Oi passará pela elaboração de uma nova lei permitindo que as empresas reguladas em recuperação judicial possam parcelar o pagamento de multas por mais de 20 anos. A medida já tem aval do presidente Temer.

No domingo, o Globo trouxe que "Crise da Oi pode provocar 'caladão' em 2.051 cidades" e  que a esperança da Oi agora é chinesa". Mas os chineses já avisaram, só vão investir na Oi se houver mudanças na lei e a dívida com a Anatel, for transformadas em investimentos, que gerarão lucros e dividendos para os chineses, é claro, em um "Negócio da China".

Transformar a dívida da Oi com a União em investimentos favorecendo os acionistas que quebraram a Oi, é um escândalo, que não me canso de falar. É tudo para bem dos acionistas a pretexto de ser para os usuários, os consumidores, nós. A União não tem de investir na Oi. A União tem de investir em saúde, educação e em segurança pública.

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Se a Oi se preocupasse com os usuários e não com os acionistas não teria sido uma Telegangue, uma Supertele, não teria investido milhões na empresa do filho do Lula, a Gamecorp, não teria ficado com os ativos podres da Portugal Telecom, não teria um acionista como o Tanure, não teria o apoio do Baleia Rossi e do filho do Moreira Franco e não seria a campeã de maus serviços. O nome dele é Moreira..... Sim, o filho do Moreira Franco está atuando como lobista para que a sociedade fique com os prejuízos causados pelos acionistas da Oi. A Moreirada dá outra história, de terror, claro. Segundo nota do site Antagonista, Relatório do MPF, anexado à denúncia contra Moreira Franco na Câmara, traz os vínculos trabalhistas, de seu filho Pedro, que foi empregado da Odebrecht, onde teve uma carreira pródiga, um Usain Bolt, começou com um salário de 1,8 mil, no primeiro ano, e ultrapassou 27 mil, no último. As ações da Oi não valem nada, o valor de bolsa representa a expectativa de tomar da União alguma coisa, via Baleia Rossi, via Moreirada. A União deveria tirar esses acionistas da Oi, esses comandantes que deixaram o navio a bater nas pedras. Uma intervenção é o remédio para não deixar o 'caladão' com o ladrão. O currículo dos acionistas da Oi é de assustar. Pharol, portuguesa do Banco do Espirito Santo que quebrou por fraude. Tanure, que fechou o Jornal do Brasil e a Gazeta Mercantil.O Estado não é nenhuma Brastemp, mas é melhor do que a administração da Oi. O Estado desviou dinheiro da Petrobras, mas a Petrobras não está cheia de multas e a gasolina não é de péssima qualidade. Se a União for converter direitos em investimentos teria de tomar o controle da Oi e garantir que seja gerida para o bem público.

Os acionistas que quebraram a companhia por desvios de recursos têm de ser punidos e não premiados com os recursos da União transformados em investimentos.

SONORA Me engana que eu gosto Reynaldo

https://www.letras.mus.br/reinaldo/801869/

 

 

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