Por um lado, o governo iraquiano, xiita, não quer que um símbolo tão forte do regime do sunita Saddam seja exposto; por outro, os sunitas temem ser perseguidos se reverenciarem o livro.
As páginas do volume seguem guardadas, longe dos olhos do público. Apenas três pessoas têm acesso a elas. Destruí-las, obviamente, está fora de questão. Há quem diga que os iraquianos nem querem vê-las mesmo, por serem muito perturbadoras, e que elas devem preservadas como o símbolo da loucura de um ditador.
Uma coisa é certa: como bom líder totalitário, Saddam tinha noção intuitiva de como se perpetuar, como um monstro onipresente, na memória coletiva de seu país.