Agora, impulsionados pelo balão de ensaio publicado por Xico Graziano, alguns passaram a falar em #VoltaFHC. Em seu artigo, Graziano homenageia FHC, a quem tece loas bombásticas: "Qual liderança poderá recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento? Como fazer a reforma política tão desejada? Quem conseguirá estabelecer conexão com a sociedade organizada nas redes? É o que todos querem saber". Para ele, FHC é o cara: o ex-presidente "se legitima, pela vasta experiência, sensatez e sabedoria, para nos conduzir nessa difícil tarefa".
O problema é que o PSDB é aliado de Temer e não deveria ficar por aí posando de puxador de tapete. Um partido, antes de se lançar ao mar, deveria sempre definir antes o traje que usará, a marujada com que contará, os recursos de que irá dispor. Xico Graziano não se preocupou com isso, porque seu alvo era outro: dar um chega-prá-lá em Alckmin, alertá-lo de que há mais coisas no céu do que aviões de carreira, que o melhor é o governador não se achar prematuramente um todo-poderoso.
Balões de ensaio são costumeiros recursos de luta interna, antes de serem eficientes na luta externa, que deveria prevalecer. Ou seja, não levam muito longe e muitas vezes têm efeito bumerangue. São provocações. Quando bem feitas, geram sondagens, fazem um convite para a reflexão crítica e a pro-atividade. Quando não são, vão na direção do precipício, gerando desconforto e incredulidade.