A necessidade de conter o crescimento da candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB) não vai garantir uma espécie de trégua política entre petistas e tucanos. Do lado do PT, já existe o plano definido de tentar desconstruir a campanha de Marina. Mas a ordem é acumular a nova tática com o discurso crítico contra o senador tucano Aécio Neves. Na avaliação de aliados da presidente Dilma Rousseff, o ideal é que os, agora, dois adversários diretos tenham suas atuações políticas questionadas e suas fragilidades expostas. O plano é simples: prevê o máximo de desgaste possível para Marina e Aécio de forma que aquele que chegar ao segundo turno esteja fraco o suficiente para ser derrotado. Com a entrada de Marina na campanha, o Planalto já abandonou a hipótese de vitória no primeiro turno. Então, estuda os cenários que poderá enfrentar no confronto final, caso se confirme a tendência atual de Dilma chegar ao segundo turno. Se depender da vontade petista, o adversário será Aécio, já que isso produziria um cenário conhecido formado pelo tradicional embate entre petistas e tucanos, regido pela tradicional campanha do "nós contra eles". Na avaliação do governo, esse ambiente político é considerado confortável. Contra Marina, a tática escolhida será a de falar de sua inexperiência como gestora e dos entraves que ela pode apresentar para o crescimento da economia do País. Se a pesquisa Datafolha apontou um quadro preocupante para Dilma, já que Marina aparece quatro pontos na frente da presidente - embora na situação limite de empate técnico -, por outros trouxe a notícia de um ligeiro aumento na avaliação positiva do governo. Essa percepção foi comemorada pelos aliados da presidente como o sinal de que a campanha está consistente até agora.