Um a um, os parlamentares condenados foram renunciando. Foram os casos de José Genoino, Pedro Henry, Valdemar Costa Neto e João Paulo Cunha. Originalmente, todos pretendiam defender seus mandatos e enfrentar o desgaste do processo de cassação, mesmo com a perspectiva de precisarem cumprir pena. Um a um, foram convencidos que o desgaste seria pesado demais, tanto pessoalmente como para seus companheiros de Congresso.
Restava apenas Donadon, que já tinha sido salvo de um processo anterior de cassação, pelo espírito de corpo dos colegas da Câmara, embora já estivesse cumprindo pena no Presídio da Papuda, no Distrito Federal. Na ocasião, o sistema de voto secreto salvou a pele de Donadon. Agora, com voto aberto, calendário eleitoral e pressão da urnas, Donadon não recebeu um voto sequer dos companheiros e voltou para sua cela na cadeia. Dessa vez, como ex-deputado federal.
Para o Congresso, a cassação encerra o pior momento da agenda negativa da Casa, que se arrastava desde a metade do ano passado, quando parlamentares com o mandato passaram a conviver com a possibilidade real de ter vários de seus integrantes reunidos não no plenário ou em alguma comissão da Câmara, mas no pátio de um presídio.