Na votação de segundo turno de 2012, quando historicamente esse não comparecimento aumenta, a marca saltou para 19,99% contra 17,54% de 2008.
Quando se leva em consideração o gigantismo do eleitorado paulistano, os dados se tornam mais impressionantes. Em 2012, a capital tinha cerca de 8,6 milhões de eleitores aptos a votar. Mais de um milhão e meio desses preferiram não comparecer no primeiro turno. Na votação de segundo turno, esse número pulou para 1,7 milhão.
Quando quase vinte por cento dos eleitores do maior colégio eleitoral do País viram as costas para a escolha do seu prefeito, o recado foi dado. E o detalhe é que essas ausências aconteceram antes da mudança do clima político do País, marcada pelos protestos de junho de 2013. Sem dúvida, já indicavam os altos índices de insatisfação da sociedade com a classe política.
Ns próxima eleição presidencial, nenhum dos candidatos principais é de São Paulo. A presidente Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves são mineiros e o socialista Eduardo Campos é pernambucano. Ou seja, não produzem uma empatia natural com o eleitor da capital ou até mesmo do Estado. Para os tucanos há uma dificuldade extra. Aécio representa a primeira candidatura presidencial de fora de São Paulo da história do PSDB. Não é a toa que dentro do seu partido venha crescendo cada vez mais o discurso de escolher um vice paulista. Com o eleitor paulistano cada vez mais arredio às votações, qualquer gesto que produza uma identificação local pode trazer resultados positivos nas urnas.