Mas para Aécio o ideal seria se resguardar e não embarcar na condução do PSDB no ano que vem, quando ficaria excessivamente exposto na função, vista por FHC e pelo atual presidente do PSDB, Sérgio Guerra, como parte inexorável da trajetória para se tornar o candidato à Presidência da República pelo partido em 2014. Uma alternativa que é vista com bons olhos pelo senador é lançar um outro candidato a presidente do PSDB, que pudesse exercer a função em sintonia com Aécio, que manteria a atuação nos bastidores, como vem fazendo, ficando, assim, blindado de ataques.
Nesse arranjo, bom para o senador, mas talvez não para o partido, o candidato a presidente dos tucanos seria o governador de Alagoas, Teotônio Vilela. O alagoano participou, inclusive, da reunião da executiva do partido ontem, em Brasília, o que para muitos tucanos foi um sinal de que esse plano pode ganhar força. O governador é visto como uma figura conciliadora e de bom trânsito entre mineiros e paulistas.
Com Teotônio na presidência, quem mandaria no partido de fato seria o secretário-geral do PSDB, alinhado a Aécio. O nome provável para o cargo é o do deputado Marcos Pestana, presidente do PSDB mineiro.
Essa amarração pouparia o senador mineiro, que teria tempo para articular para 2014 sem ficar na vitrine política.
Mas, por enquanto, a tendência é que Aécio tenha mesmo de assumir "suas responsabilidades", como disse Fernando Henrique Cardoso na reunião do PSDB de segunda-feira. Ou seja: se eleger presidente do PSDB e se tornar o porta-voz da oposição ao governo Dilma Rousseff. Mesmo que, para isso, torne-se alvo da artilharia governista.