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Estratégias eleitorais, marketing político e voto

Reeditando 2004

O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) pediu a emissários que conversassem com o prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD) na tentativa de refazer as pontes entre os dois. A relação do tucano com o prefeito deteriorou-se em 2008, quando Kassab disputou a reeleição, apoiado por José Serra, e derrotou Alckmin.

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Por Julia Duailibi
Atualização:

Depois disso, a situação foi de mal a pior. Um dos momentos de maior stress foi no ano passado, quando o prefeito começou a articular o seu novo partido, o PSD, e avançou na base de Alckmin no Estado. Por trás da desconfiança de alckmistas com Kassab, está a avaliação de que ele é candidato potencial à eleição pelo Palácio dos Bandeirantes em 2014, quando o governador tentará a reeleição.

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Líderes tucanos veem com bons olhos o gesto de Alckmin. Isso porque o cenário que começaria a se desenhar não é o de Kassab como opositor de Alckmin, mas o de vice do tucano em 2014, de olho na disputa pelo governo do Estado em 2018. Seria a reedição do plano de 2004, quando foi vice de Serra e, com a renúncia do tucano para disputar o governo do Estado em 2006, Kassab acabou se tornando o prefeito da maior cidade do País - caso reeleito em 2014, Alckmin se torna potencial candidato à Presidência em 2018, deixando a cadeira para o vice.

O plano da vice em 2014 já circula entre aliados de Kassab. "Ele pode esperar 2018", resume um aliado. Resta saber se Alckmin deixará a desconfiança de lado e dará as mãos para Kassab no palanque.

Outro ponto a se considerar é o grau de aproximação do prefeito com o governo federal, assim que acabar a eleição deste ano. A despeito da aliança com Serra, a relação de Kassab com o PT é boa. Basta lembrar que ele cumpriu uma missão para a presidente Dilma Rousseff ao romper a aliança em torno de Márcio Lacerda (PSB) em Minas e levar seu partido para a candidatura do petista Patrus Ananias.

Candidatíssimo a um ministério no ano que vem, o prefeito opera com um pé no mundo tucano e outro no petista. Agora é esperar e ver para onde o vento vai soprar em 2014.

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