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Estratégias eleitorais, marketing político e voto

Dilma e a predileção pela crise

Mercadante é alvo de defesa de ministros, após reunião de presidente com sua equipe

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Por Julia Duailibi
Atualização:

Em mais uma tentativa de fazer um contra-ataque à crise política que engole seu governo, a presidente Dilma Rousseff começou a semana escalando ministros para uma reunião no Palácio do Planalto. Dilma acatou sugestão do ex-presidente Lula e ampliou o grupo de "conselheiros", já que os de plantão ajudam quando não atrapalham.

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Ao término da reunião, alguns dos ministros saíram em defesa de Aloizio Mercadante (Casa Civil), apontado por integrantes do próprio governo como um dos que mais ajudam quando não atrapalham. Mercadante é um dos responsáveis pelas sucessivas falhas na relação do Executivo com o Congresso - tarefa para a qual conta com o auxílio de Pepe Vargas, ministro das Relações Institucionais.

A escolha dele para a pasta torna evidente como a teimosia de Dilma custa caro para a própria Dilma. Nunca foi segredo para ninguém que entre as qualidades do ministro não estão habilidade política nem sutileza, mas ainda assim ela insistiu em nomeá-lo para uma das funções mais críticas do governo.

As trapalhadas de Mercadante no cargo - com participação especial na eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara - o tornaram alvo do fogo amigo de vários partidos da base aliada, entre os quais o próprio PT (tudo bem que entre a motivação de alguns petistas está eventual pretensão eleitoral do ministro em 2018). 

Reportagem do Estado publicada hoje mostrou que ele, na prática, está afastado das principais articulações com o Legislativo.  Mas, ainda assim, como ficou claro na defesa dos ministros hoje, Dilma insiste em, por enquanto, mantê-lo no posto, na contramão do que deseja o partido e o próprio ex-presidente Lula, de quem Mercadante nunca foi ministro.

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Em meio à turbulência política, Dilma mostra-se craque em pelo menos um ponto: manter a crise sempre por perto. 

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