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Estratégias eleitorais, marketing político e voto

A culpa é sempre do marqueteiro

Depois das últimas pesquisas Datafolha, Paulo Vasconcelos tornou-se o alvo preferido dos tucanos

Por Julia Duailibi
Atualização:

Coisa mais comum em campanha é o marqueteiro virar alvo dos políticos quando algo começa a não se sair tão bem num comitê. Nos bastidores, o marqueteiro de Aécio Neves (PSDB), Paulo Vasconcelos, tornou-se por ora o alvo preferido dos tucanos, na esteira das duas pesquisas Datafolha que colocam Dilma Rousseff (PT) numericamente na frente do tucano.

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Embora, no geral, os aliados políticos de Aécio questionem as pesquisas (eles afirmam que os levantamentos internos mostram outro cenário - tracking concluído ontem à noite seria de 52 a 48 para o candidato tucano), eles aproveitam para atacar os programas de rádio e TV, algo que só acontecesse quando o sinal amarelo é aceso numa campanha.

Os tucanos querem mais agressividade por parte de Aécio, a despeito de toda a polêmica do debate do SBT, na semana passada, quando o tucano e a petista praticamente se engalfinharam na frente das câmeras. Conforme comentado no post anterior, a subida de tom trouxe efeitos colaterais para Aécio, que, depois de intenso trabalho do PT, ficou com a imagem de truculento perante parte do eleitorado. Neste momento da campanha, porém, João Santana é visto como gênio, e Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Minas que fez outras campanhas de Aécio no Estado, como pouco experiente para a missão. É claro que essa avaliação tende a mudar a depender do resultado das urnas ou das próximas pesquisas.

Integrantes do partido acham que a campanha tem que subir o tom nesta reta final para aumentar a rejeição de Dilma e evitar que votos indecisos ou os voláteis que estão com o tucano migrem para a petista. Acham que a TV e o rádio deveriam relacionar mais Dilma com os mensaleiros, por exemplo. "A campanha está 'sangue nos olhos' na rua, e no rádio e na TV parece que você assiste à sessão da tarde", afirmou um aliado de Aécio. Datafolha mostrou que o eleitor acha que a campanha de Aécio é mais agressiva que a de Dilma. Outra reclamação é em relação à qualidade técnica do programa, que seria inferior à do PT.

Apesar dos políticos, no QG de Aécio a ideia é continuar com as críticas a Dilma, principalmente na questão da corrupção, mas a avaliação é que não adianta aumentar muito os decibéis porque isso acaba afastando esse eleitor indeciso que Aécio tenta cativar. O novo entendimento do TSE, que proíbe ataques entre os candidatos, também diminui a margem de ação da campanha.

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Em 2010, a equipe de marketing de José Serra foi alvo de um fogo amigo parecido, porém mais forte. O presidente do PSDB à época, Sergio Guerra, chegou a contratar um marqueteiro paralelo para fazer filmes extraoficiais, nos quais o PT era atacado. Num deles, os petistas eram comparados a rottweilers. Assim como agora, os políticos também queriam mais "sangue".

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