Subprocuradora que pediu prisão de Arruda analisa provas e pode pedir novas prisões

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

Últimas provas colhidas podem atingir o ex-governador do DF Joaquim Roriz. Foto: José Cruz/Agência Brasil

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Desde o dia 15 de abril, a subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, autora do pedido de prisão do ex-governador José Roberto Arruda, e responsável pelo inquérito da Operação Caixa de Pandora, está fechada em copas.

Ela está debruçada sobre os nove volumes e 87 apensos que compõem os autos do inquérito da corrupção em Brasília e com o último relatório parcial da Polícia Federal sobrea operação.

O relatório resume a primeira parte das investigações, que deveriam ter sido encerradas no dia 8 de abril.

Além dos 35 depoimentos prestados pelos investigados à PF nos últimos dois meses,  traz resumos e análises das buscas e apreensões realizadas e laudos periciais dos vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa.

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Ao todo são 23 vídeos examinados pelo Serviço de Perícias do Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF.

Os agentes relacionam, também, quais as diligências necessárias para concluir a investigação e as análises pendentes, que abrangem os HDs apreendidos, perícias em documentos contábeis e nos contratos das empresas investigadas  e perícias nos documentos relativos às quebras de sigilo bancário e fiscal, encaminhados pela Receita Federal e pelo Banco Central.

De posse desses documentos, Raquel  não recebe, não atende o telefone e, não responde e-mails.

Emergirá com um novo parecer, pedidos de novas diligências e, provavelmente, de novas prisões, inaugurando a segunda das investigações.

As últimas provas colhidas abriram uma nova frente de investigação, que pode atingir o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), líder nas pesquisas para a sucessão no Distrito Federal.

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Os depoimentos de três delegados da Polícia Civil de Brasília levaram as investigações a Roriz e ao ex-vice-governador Paulo Octávio.

O elo entre os dois é o policial aposentado Marcelo Toledo, apontado pela Caixa de Pandora como um dos principais operadores do esquema.

Toledo seria o responsável pela montagem do sistema de arrecadação de propina junto a empresas, desde o governo Roriz (1998-2006) e que foi preservado por Arruda.

Os três delegados ouvidos pelo Ministério Público disseram que Arruda, ainda no cargo de governador, interferiu em operações da Polícia Civil e puniu policiais que investigavam seu governo.

Um dos exemplos dessa interferência aconteceu na Operação Tucunaré, que mostra a ligação de Toledo com um grupo de doleiros num esquema para enviar propinas arrecadadas no governo do DF ao exterior.

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O principal doleiro do esquema é Fayed Antoine Traboulsi, já investigado em escândalos de corrupção no governo Roriz.

A outra operação, batizada de Tellus, investigava desvios na Secretaria de Desenvolvimento, comandada na época pelo ex-vice-governador, Paulo Octávio.

Quando Raquel apresentar seu parecer poderá ser avaliada a viabilidade de Brasília seguir sem intervenção federal.

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