Como se sabe, documento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) relata gravíssimos casos de desrespeito aos direitos humanos naquela Casa de Detenção - desde violência física em proporções dramáticas até abusos sexuais contra famílias de detentos submetidos ao comando do crime na cadeia.
Na coluna dominical no jornal O Estado de S.Paulo, abordei o caso sob a ótica da reação do senador em entrevista a emissora de rádio local, lamentando o reducionismo que o levou a valorizar o fato de a violência do presídio não ter chegado às ruas.
Em sua correspondência, Sarney afirma ter dito mais que isso e lamentado que ainda se registrem episódios do gênero no atual estágio da humanidade. Como me ative a trecho parcial da entrevista - ainda que o mais significativo -, reproduzo aqui a resposta do senador.
Prezado João Bosco
Com o grande respeito que sempre tive a você, tomo a liberdade de esclarecer-lhe que jamais justifiquei as cruéis e hediondas mortes ocorridas no Presídio de Pedrinhas no Maranhão, pelo fato de terem sido restritas àquela Casa de Detenção, mas ao contrário manifestei minha revolta e condenação pela humanidade ainda ser capaz de procedimento tão cruel.
Limitei-me a dar uma noticia transmitida por fonte do comando policial, de que esse confronto de quadrilhas, pela ação do serviço de inteligência da PM e outras medidas,teve outras ações abortadas, que representariam o desdobramento da violência ,como ocorreu em outros estados, fora das prisões.
Minha vida toda tem sido de uma conduta pacifista, contra a violência,como provam os discursos que proferi no Congresso sobre o tema, o último deles, longo e detalhado, mostrando minha indignação por ser o Brasil o primeiro País do mundo em número de homicídios.
Com meu abraço, José Sarney