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O vice no escândalo

A crise no governo do Distrito Federal promete ser das mais complexas. Depois da exibição do vídeo em que o governador recebe dinheiro de Durval, a  Câmara Distrital perde as condições de rejeitar um inevitável pedido de impeachment, sob pena de uma reação eleitoral devastadora para as pretensões de seus integrantes. Esse, o grande mérito de sua divulgação pela TV Globo.

Por João Bosco Rabello
Atualização:

O problema não se esgota aí: o vice-governador, Paulo Octávio, segundo na linha sucessória, terá problemas para assumir o cargo no momento em que Arruda tiver que deixá-lo. As investigações caminham na sua direção e suas digitais estão lá, na figura de seu assessor direto, Marcelo Carvalho,que muda de cor e temperatura (fica pálido e com pressão baixa) toda vez que é mencionado como representante do vice no consórcio dos panetones.

PO, como é intimamente chamado pelo governador e secretários, cometeu o erro que políticos como Ulysses e Tancredo Neves mais condenavam: a mistura de negócios e política. Maior empreendedor da Capital, Paulo Octávio, domina o mercado de construção e comercialização de imóveis, entre outros negócios e,  paralelamente, responde pela secretaria de desenvolvimento, que acumula com a vice-governança. Ou seja, manda no setor onde transitam seus interesses comerciais. Por isso, trocou o Senado pelo governo local ao qual é candidato permanente. PO faz de seu parentesco com a família Kubistchek - é casado com Anna Cristina, neta do presidente que construiu Brasília -, seu marketing eleitoral.

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