O princípio perde sua validade na medida em que é o próprio MST o agente de sua criminalização. Os vídeos liberados pela polícia mostram que a reforma agrária virou justificativa para ações predatórias premeditadas. A fala do líder do movimento que precedeu a invasão da Cutrale é clara: "vamos causar prejuízo a eles".
"Eles", não são mais apenas os proprietários de áreas improdutivas (cujo único prejuízo seria a perda da terra), mas o agronegócio, mola propulsora da economia brasileira. Reivindicam os líderes do MST a não criminalização do movimento, mas criminalizam o agronegócio e, ao arrepio da Lei, investem contra projetos produtivos, por serem lucrativos.
A invasão foi financiada pelo Incra, pois ficou provado que aquele grupo se beneficiara de recursos do órgão. Parte desses recursos com a prestação de contas rejeitada. O governo precisa agir para zerar esse jogo em que os invasores viraram massa de manobra de lideranças que agem em benefício pessoal.
Não é responsável imaginar um desfecho positivo para um quadro em que um segmento da população tem o direito de transgredir, sob um pretexto revolucionário, em ambiente democrático consolidado. Com a toleráncia - e, mais que isso, o estímulo -, do órgão gestor da reforma agrária.
O episódio é indefensável e, para ele, o Incra não tem resposta.