Arruda já começou a produzir os primeiros testemunhos contra Roriz. Foto: Celso Junior/AE - 30.11.2010
É improvável que a campanha eleitoral em Brasília chegue ao fim no clima ameno registrado até agora.
Na medida em que se consolidar a polarização entre Joaquim Roriz (PSC) e Agnelo Queiroz (PT), com a possibilidade de um segundo turno, os candidatos devem começar a jogar pesado.
A munição é farta e tem origem nos conteúdos da operação Caixa de Pandora que levou à queda e prisão do ex-governador José Roberto Arruda.
Ele próprio já começou a produzir os primeiros testemunhos contra seu criador e algoz, que tenta o quinto mandato aos 74 anos, sob a pecha de "ficha-suja".
A Polícia Federal concluiu e entregou ao Judiciário o relatório com o resultado da segunda fase da Caixa de Pandora - a que fez os cruzamentos de fatos, dados, personagens e delitos levantados na primeira etapa.
Se, com base nesse relatório, o MP não avançar nos processos ainda antes da eleição, parte do conteúdo vazará, por ser do conhecimento de testemunhas e de políticos, muitos deles alvos também das investigações.
Nos bastidores, todos prometem usar o que sabem para comprometer os adversários, a começar por Roriz, que já prometeu eliminar Agnelo se for alvo de ataques mais duros por parte do candidato do PT.
Há uma expectativa em relação a uma nova operação da Polícia Federal, provocada pelo MP com base no relatório. Mais buscas e apreensões e até mesmo prisões, o que torna incerto o rumo das eleições na capital federal.