Marta faz política com o fígado, que mais atrapalha do que ajuda o PT

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

Tom acusatório de Marta deixa transparecer uma censura à luta armada que seu partido jamais assumiu.

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Foto: Tiago Queiróz/AE

Somadas o elogio do presidente Lula, no programa eleitoral do PT, e o rompante de Marta Suplicy no palanque de Mercadante, temos que o PT considera Dilma Rousseff uma pacifista, a ponto de compará-la a Nelson Mandela, e o deputado Fernando Gabeira, um potencial assassino.

Como o grupo que sequestrou o embaixador Charles Elbrick, em 69, tinha entre seus integrantes também o atual ministro da Comunicação, Franklin Martins, a declaração de Marta é necessariamente extensiva a ele.

O tom acusatório da ex-prefeita de São Paulo deixa transparecer uma censura à luta armada que seu partido jamais assumiu, ao contrário do deputado Fernando Gabeira, que fez uma revisão crítica de sua participação naquele contexto.

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Como a fidelidade à história não permite excluir Dilma Rousseff do contexto da luta armada, ao referir-se a Gabeira em tom acusatório Marta estende a crítica também a sua aliada.

O destempero da ex-prefeita não ajuda a campanha do PT: antes, mina o esforço do partido em justificar a ação da então militante Dilma Rousseff no combate à ditadura.

Mas, sobretudo, Marta mostra que faz política com o fígado, como já ficara patente em outros momentos.

Por exemplo, no episódio do "relaxe e goze" com o qual respondeu a passageiros dos quatro cantos do país que reclamavam providências contra os atrasos de vôos provocados pelo "apagão aéreo".

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