Talvez por isso encontre mais resistência nos círculos empresariais e sindicais do que no universo político, onde dois partidos já a defendem abertamente: o PSB e o PV.
Assumir o governo de Brasília após a assepsia inevitável de suas instituições é muito mais confortável do que executá-la.
O ônus político dessa faxina pós-Arruda vai imobilizar por longo tempo o futuro governo e comprometer com o passado parte de seu mandato.
Essa perspectiva desanima potenciais candidatos como o senador Cristovam Buarque (PDT), que hoje vive entre a pressão para que se candidate e a certeza de que, eventualmente eleito, será muito mais interventor que governador.
A intervenção com data marcada para terminar poupa o futuro governo desse ônus e garante uma limpeza mais eficiente, porque desvinculada de imposições político-partidárias.
A oposição é dos que têm a perder com ela - empresários que temem paralisia em seus negócios com o governo e sindicatos que esperam nomeações de concursados, entre outros.
E, claro, os que a sabem o fim do caminho e correm de auditorias como o diabo da cruz.