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Feliciano vira desafio para Alves

Determinado a permanecer na presidência da Comissão de Direitos Humanos, apesar da onda de protestos para que deixe o cargo, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) anunciou hoje em seu site oficial que prepara uma viagem oficial à Bolívia, a fim de tentar libertar o grupo de corintianos preso naquele país. O recado foi claro: ele não pretende renunciar.

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Por Redação
Atualização:

O problema é que sua missão oficial à Bolívia depende de autorização do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), que já pediu, publicamente, seu afastamento do cargo. "Espero até no máximo terça-feira", disse Alves na semana passada, sobre a renúncia do parlamentar.

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Nos bastidores, Alves costurou um acordo com lideranças do PSC de que Feliciano renunciaria ao comando da comissão até esta semana. Pelo regimento interno da Câmara, ele só sai do cargo se renunciar, já que foi eleito, democraticamente, pelos seus pares.

Ou seja, a permanência de Feliciano no cargo pode significar a derrota política de Henrique Alves. O próximo capítulo desse embate é a anunciada viagem à Bolívia. Pelo regimento interno, a missão oficial dele, na qualidade de presidente da Comissão de Direitos Humanos, depende de aval do presidente da Câmara. O pedido oficial ainda não chegou ao gabinete de Alves. Quando chegar, corre risco de ser rejeitado.

A interlocutores, Feliciano afirmou que pretende continuar no cargo. Para isso, decidiu empenhar esforços na libertação dos 12 corintianos que seguem presos na cidade de Oruro, por causa da morte de um adolescente no jogo do Corinthians contra o San José no dia 20 de fevereiro. Texto publicado hoje em seu site oficial informa que o deputado já se reuniu com o embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Talavera, a fim de preparar a viagem. "Ele tem grande expectativa no desfecho positivo do caso", diz o texto.

Feliciano avalia que se conseguir libertar os torcedores presos, ganhará respaldo social para permanecer no posto. Paralelamente, intensificou movimentos para seguir na cadeira. Neste final de semana, apareceu em dois programas de televisão, defendendo-se das acusações de racismo e homofobia. À apresentadora do programa Pânico, Sabrina Sato, afirmou que só deixaria o cargo morto. "Só se eu morrer", avisou.

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Nos bastidores, Henrique Alves intensifica a pressão sobre as lideranças do PSC. Nesta terça-feira a bancada de 16 deputados do partido se reúne à tarde para avaliar a situação de Feliciano, que pedirá o apoio da sigla para prosseguir na cadeira. Quer vencer pelo cansaço.

 

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