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Documento inicia ataques do PSB à gestão econômica

Em tom ainda propositivo, o PSB prepara a defesa de mudanças na economia, que vão tornar públicas as críticas ao governo Dilma Rousseff.  A característica de proposta é tática: o tom amistoso é indispensável para submeter as críticas à conveniência de adiar a ruptura com o governo, que implicaria a entrega dos cargos ocupados na estrutura federal.

Por João Bosco Rabello
Atualização:

Menos por isso, e mais pelo receio dos governadores do partido de serem retaliados pelo governo federal, é que o PSB opera com o prazo do final do ano para o desembarque do governo. O documento em gestação é uma primeira peça concreta que materializa a campanha aberta de Eduardo Campos.

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A avaliação do PSB é de que o ambiente econômico vai se deteriorar ainda mais, com provável agravamento dos índices de desemprego, até aqui contidos por uma "tolerância"do empresariado. Para o partido, o governo já perdeu o ano de 2013 e não emite sinais de que admite a necessidade de mudanças no receituário econômico. "Vamos mostrar nosso ponto-de-vista", informa o líder na Câmara, Beto Albuquerque (RS).

A decisão sobre a oportunidade de lançar o documento se baseia na premissa de que  mercado ainda manterá uma expectativa de retomada do crescimento econômico até setembro, mas que depois disso será vencido pelo pessimismo. Já aprovadas as diretrizes pela Executiva Nacional, o trabalho terá o ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, entre seus principais elaboradores e deverá ser divulgado ainda em agosto.

O verniz utilizado para justificar seu lançamento não é suficiente para retirar a característica de peça de campanha e nem do início de um comportamento mais agressivo do partido em relação ao governo, do qual ainda participa. Ele coincide com os movimentos pela unidade interna, iniciados pelo governador Eduardo Campos, na tentativa de eliminar as arestas à sua candidatura em 2014.

A mudança da política econômica e a eficiência da gestão formam o eixo da campanha de Eduardo Campos. A retomada do crescimento é a pedra de toque da candidatura construída a partir de críticas amenas, vendidas como forma de ajudar o governo a "ganhar 2013", mas já baseadas na convicção de que Dilma perdera a batalha econômica. (com Helayne Boaventura)

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