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Dilma faz linha direta com PR do Senado para isolar Waldemar Costa Neto

O Planalto estabeleceu uma linha direta com a bancada do PR no Senado para consolidar o isolamento do deputado Waldemar Costa Neto (SP), cuja liderança sobre a bancada da Câmara provém dos negócios gerados a partir do controle que exercia no ministério dos Transportes.

Por João Bosco Rabello
Atualização:

Costa Neto bancou muitas campanhas, inclusive a do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, na disputa que trava com seu principal adversário estadual, o também senador Eduardo Braga  (PMDB-AM). Por isso o tinha na mão.

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Essas ajudas são promissórias emitidas em série: Costa Neto emite para empreiteiras e fornecedores através da garantia de obras demandadas pelos políticos e, estes, emitem as suas na forma de apoio e submissão à orientação partidária de Neto.

Todos saem ganhando porque obras não vão faltar, especialmente de infraestrutura, onde transporte é carro-chefe.

Para se ter uma idéia, a Confederação Nacional de Transportes (CNT) estima em 400 bilhões de reais os investimentos necessários no setor num prazo de cinco anos, caso o governo decidisse zerar o déficit que construiu na infraestrutura.

Portanto, o poder político de Neto tem por fonte o ministério, um dos poucos  com dinheiro e chance para maquiar gastos, produzir superfaturamento e aditivos contratuais.

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Em pelo menos 10 Estados, o PR, via Dnit, controlaprojetos que solidificam o poder político local e, por esse mecanismo,viabiliza para um só deputado uma bancada de 43 parlamentares, caso de Neto.

O que o Planalto fez foi mostrar ao partido que a base aliada é bem maior do que o necessário para que o governo tenha êxito na Câmara. Sobra apoio e o PR precisa mostrar fidelidade ao Planalto e não a Waldemar Costa Neto.

Por ora, a bancada da Câmara exibe sinais de descontentamento e manifesta isso com atitudes simbólicas, tais como a de não comparecer a regabofes oferecido pelo governo.

Mas aos poucos a tendência é ir lapidando a conformação para não perder completamente para a bancada do Senado as prerrogativas de aliado.

A expectativa dos senadores do PR é a de indicar os futuros diretores do Dnit e da Valec. O senador Clésio Andrade (MG), presidente da CNT, defende que um mineiro ocupe o Dnit. O senador Magno Malta (ES) quer indicar o nome da Valec.

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A confirmação de Paulo Sérgio Passos como ministro parece não incomodar à bancada dos senadores, até porque foram informados previamente da decisão de Dilma, ao contrário dos deputados.

A presidente errou a mão ao estender a Luis Antonio Pagot uma responsabilidade que é de um colegiado, mas deve manter sua demissão, embora procure uma saída honrosa para o diretor afastado e em férias - seja lá o que isso signifique.

 

 

 

 

 

 

 

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