O órgão deve se reunir para analisar o parecer prévio contra o deputado André Vargas (PT-PR). Ele é acusado de quebra de decoro por causa da sua relação com o doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e indiciado por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A expectativa é que o relator do processo, Júlio Delgado (PSB-MG), peça a continuidade das investigações.
Além de Vargas, outro processo pode movimentar a semana dos deputados. Após sete meses, entrou na pauta do plenário da Câmara a recomendação para suspensão do mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Os membros do Conselho de Ética sugeriram a punição por conta das relações do tucano com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Nesta legislatura, o Conselho de Ética recomendou a cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), em 2011, e do ex-deputado Natan Donadon (sem partido-RO). No primeiro caso, o plenário da Casa, em votação secreta, acabou mantendo o mandato da filha de Joaquim Roriz, ex-governador do Distrito Federal.
Jaqueline era acusada de ter recebido propina no esquema que ficou conhecido como o "mensalão do DEM de Brasília". Um vídeo dela, gravado em 2006, veio à tona logo após a posse, em fevereiro. Jaqueline aparecia recebendo R$ 50 mil das mãos do delator do mensalão, Durval Barbosa. Na época, ela argumentou que o dinheiro era para pagar despesas de campanha.
Já o caso de Donadon entrou no Conselho de Ética após a própria Câmara resolver manter o mandato do ex-peemedebista dois meses depois de ele ser preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Após o órgão recomendar a cassação, ela foi confirmada em plenário pelos deputados em votação aberta.
Já casos envolvendo, por exemplo, os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e João Carlos Bacelar (PR-AL) e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) acabaram arquivados pelo Conselho de Ética. Bolsonaro foi acusado de quebra de decoro por declarações feitas à cantora Preta Gil em um programa de televisão e por supostamente ter agredido fisicamente o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP).