Conflito entre Renan e Jucá pode atrasar pré-sal no Senado

O confronto nos bastidores entre o líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PMDB, Renan Calheiros (AL), tem potencial para retardar a discussão dos royalties do pré-sal no Senado.

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

Renan e Jucá: antagonismo desfavorece governo. Foto: Sérgio Dutti/AE

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Os dois se estranham desde a crise política protagonizada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), quando Jucá acusou Renan de se omitir na defesa do presidente do Senado.

A crise agravou-se nos últimos dias com a ameaça de Renan de obstruir as votações no plenário caso o governo não concorde com a renegociação das dívidas dos pequenos agricultores do Nordeste, articulada na MP 470.

Jucá se empenha para não comprometer o prazo da urgência constitucional de 45 dias para a votação dos projetos do Pré-sal. É onde Renan encontra seu poder de barganha.

"Nós fizemos a advertência, nós fizemos a negociação, nós garantimos esse prazo para o governo, mas é apenas esse prazo mesmo. Se nós não resolvermos nessa próxima Medida Provisória nós vamos ter que parar", ameaçou.

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Dois episódios anteriores já denunciavam o conflito. No ano passado, Renan fez de tudo para impedir que Jucá fosse nomeado relator da CPI da Petrobras, até que o presidente Lula interferiu em favor do líder governista.

Em fevereiro, Renan voltou à carga e impediu a indicação de Jucá para o cargo de vice-presidente nacional do PMDB durante a convenção do partido, o que daria ao líder do governo o comando do PMDB se Michel Temer vier a ser o vice de Dilma Rousseff.

Jucá deu o troco excluindo Renan da última reunião com Lula sobre o pré-sal, o que levou o líder do PMDB a acusá-lo de tomar decisões à sua revelia e de excluí-lo das negociações com o governo.

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