No PT, o mais cotado é o deputado Paulo Pimenta (RS). Ele é ligado ao vice-líder Gilmar Machado (PT-MG), principal articulador do governo na comissão. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), guarda a sete chaves os nomes dos postulantes à relatoria, em meio à engenharia política para atender todos os aliados a um ano da sucessão na Mesa Diretora. Com Renan em pré-campanha para voltar à presidência do Senado em 2013, a escolha do relator do orçamento depende de uma articulação meticulosa e bem costurada. No comando da maior bancada - o PMDB tem 18 senadores - ele dispõe de amplo poder de barganha: a indicação para relatorias importantes, presidências de comissões e três assentos na Mesa Diretora.
Com mandato de um ano, os dirigentes da comissão lideram um colegiado de 84 parlamentares (62 deputados e 22 senadores, entre titulares e suplentes), administram receitas bilionárias e tratam diretamente com os chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário os orçamentos de cada poder. A receita aprovada para investimentos em 2012 foi de R$ 79,7 bilhões, valor 37,5% maior do que a proposta enviada ao Congresso pelo Executivo. Outro volume bilionário compreende as emendas parlamentares, que totalizaram R$ 23,8 bilhões (individuais e coletivas) neste ano. O relator do orçamento tem, ainda, a prerrogativa de fixar o valor das emendas individuais dos parlamentares. No ano passado, Arlindo Chinaglia elevou-as de R$ 13 milhões para R$ 15 milhões.