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Crônicas sobre política municipal. Cultura brasileira local sob olhar provocativo | Colaboradores: Eder Brito, Camila Tuchlinski, Marcos Silveira e Patricia Tavares.

Tem mulher na área (na disputa eleitoral)!

Nas eleições deste ano e que decidirão o futuro de mais de cinco mil prefeituras do País, o Tribunal Superior Eleitoral contabiliza que, em 51 municípios, só haverá mulheres na disputa. A situação acontece em 17 Estados. Em cidades do Maranhão, por exemplo, serão 11 candidatas!

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Por Camila Tuchlinski
Atualização:

Outro dado curioso do TSE é que em sete cidades do país a única candidata será uma mulher: Alto Alegre (SP), Nova Granada (SP), Ocauçu (SP), Altamira do Paraná (PR), Estrela Velha (RS), Salto Veloso (SC) e Jati (CE).

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Apesar da inserção das mulheres, os números são idênticos aos das últimas eleições municipais de 2012. Naquele ano, foram 672 candidatas eleitas, um aumento de 33% em relação à eleição de 2008, quando foram eleitas 504 prefeitas. Isso representa 9,12% do total de candidatos às prefeituras no país.

Quando a gente pensa nos números isoladamente, parece bastante coisa. No entanto, a presença da mulher na política brasileira ainda é muito, mas muito tímida. A mulher representa grande parte da força de trabalho. Por vezes, é responsável pela maior parte das tomadas de decisões de uma família. Tem poder de influência sobre o companheiro e os filhos. Na hora de depositar os votos na urna, são alvo dos candidatos, que sabem desse poder também. Por que a atuação ainda é modesta? Preconceito? Hum... Será que não há interesse? Duvido. Será que ela não teria tempo para encaixar um 'terceiro' ou 'quarto turno' em sua rotina? Também não acredito, pois a mulher sempre arranja um tempo.

As campanhas de incentivo dentro dos partidos são ridículas. Desde 1997, o Brasil adota a regra que reserva, nas eleições proporcionais, no mínimo 30% e no máximo 70% de vagas para cada sexo nas listas de candidatos dos partidos políticos. Além disso, outros incentivos foram dados via fundo partidário e propaganda partidária para tentar intensificar a participação feminina.

A caminhada promete mudanças. Mas mudanças comportamentais e culturais de um povo levam séculos para acontecerem. Esse é o resultado de um histórico de exclusão no âmbito da participação política que continua atingindo as mulheres. Apesar disso, acredito, particularmente, no avanço da democracia. E aí, consequentemente, no crescimento da participação de todas as minorias.

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