E no portal do Estadão, em matéria que ilustra a pérola que colocou o vereador campineiro nas manchetes de um planeta inusitado e bizarro, nosso jornal trouxe mais exemplos do que temos no campo da legislação esdrúxula das cidades brasileiras. Ao todo foram seis exemplos arrolados, mas não preciso ir além do primeiro para chegar onde desejo: no assombroso mundo parlamentar. O vereador de Santa Bárbara d'Oeste-SP, Carlos Fontes (PSD), tem projeto que proíbe o implante de chips em seres humanos. Certamente a inspiração é ficcional. A leitura de livros futuristas na infância deve ter feito mal ao edil. Mas o assunto nada tem de novo. Portais religiosos na internet têm pregado, faz anos, que Dilma Rousseff autorizou a implantação desse tipo de equipamento nas pessoas. E que isso seria o atalho para a catástrofe infernal.
Assim, para proteger seus conterrâneos, na justificativa do projeto o vereador faz menção ao fim dos tempos, pois "um grupo de pessoas" buscaria monitorar e rastrear humanos com o objetivo de implantarem uma satânica "Nova Ordem Mundial". Dilma seria a mentora disso? Fico imaginando o susto do vereador com o diabólico "Tudo Sobre Todos", ou mesmo o medo "capetístico" com as redes sociais ou com o poder macabro e luciférico dos rastreadores dos celulares. E Dilma? Ah, a presidente deve ser o capeta em forma de gente. OPS! Concordo que isso vá além da imaginação do vereador. Muita gente tem essa sensação em relação ao governo de Rousseff. Mas o sentimento tem sentido figurado. Sua desaprovação supera 70 pontos percentuais, mas literalmente falando: a presidente é apenas mal avaliada, vista como pouco competente e o país passa por um péssimo momento. Mas o capeta, o diabo ou coisas desse tipo... isso seria demais, né?