A primeira coisa que vem à cabeça: onde foram parar as milhares de pessoas que saíram às ruas em 2013 enfatizando '20 centavos não'? Na época, o preço do transporte público passaria de R$ 3 para R$ 3,20, lembra?
Bom, provavelmente os estudantes estavam em férias e nem ficaram sabendo ainda do reajuste. Ao mesmo tempo, na última sessão do ano, a Câmara Municipal de Vitória, no Espírito Santo, aprovou o passe livre para todos os estudantes de baixa renda.
No caso da capital paulista, a Prefeitura também garantiu que, antes do início das aulas, o passe livre para alunos de baixa renda seria regulamentado, numa parceria com o governo estadual, que decidiu estender o benefício para metrô e trens.
Mesmo assim, o Movimento Passe Livre já fez três protestos neste início de 2015. No primeiro, logo de cara, a Polícia Militar prendeu mais de 50 manifestantes sob alegação de tumulto. Nos outros também houve detidos. O prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin ainda não entendem o teor dos protestos já que, na visão deles, o benefício do passe livre será concedido a quem reivindica.
Será que o movimento só luta pelos estudantes de baixa renda, como pensam as autoridades? Separei um trecho do próprio site do MPL nacional. Tire suas conclusões:
"O MPL é um grupo de pessoas comuns que se juntam há quase uma década para discutir e lutar por outro projeto de transporte para a cidade".
Em nenhum momento a página do movimento cita que o grupo é composto por estudantes, embora recebe o apoio da UNE e UNEE.
Enquanto isso, a tarifa aumenta em várias cidades do Brasil. Em Cotia, na Grande São Paulo, por exemplo, o preço do ônibus foi de R$ 2,60 para R$ 3,20. No Rio de Janeiro, o aumento foi de quarenta centavos - o Ministério Público do Estado considerou o reajuste abusivo. Em Manaus, o valor subiu em R$ 0,25. E o povo sofre!