Por um país que se importe mais com o médio e o longo prazo dos impactos culturais e sociais do furacão político que estamos vivenciando do que com o impacto de curtíssimo prazo na alta do dólar ou nas ações da Petrobrás. Por uma nação em que investidores e economistas não me acusem de desmerecer esses indicadores em detrimento das pessoas e das instituições democráticas, que sempre julgarei mais importantes.
Por uma nação em que o processo de admissibilidade do impeachment não seja imediatamente seguido de uma manobra regimental na Câmara para livrar deputados federais potencialmente corruptos de processos no Conselho de Ética da casa. Por uma casa legislativa em que a ética e o respeito ao próximo não sejam só uma hashtag nas campanhas eleitorais. Ainda, por uma Câmara em que cusparadas não pareçam mais ofensivas do que a celebração da tortura e da pregação velada e diária do ódio contra as minorias.
Por uma imprensa que busque a imparcialidade diariamente e não tenha o processo de admissibilidade do impeachment "coincidindo" com o "lançamento" de uma eventual nova primeira-dama para o país, principalmente em uma pauta de conotação machista. Por eleitores que construirão seu voto de uma nova maneira nas eleições de 2016, em busca de uma representação com mais qualidade em nível municipal, depois de finalmente perceberem o nível da representação em nível federal. E se nossas Prefeituras e Câmaras Municipais infelizmente se tornarem retrógradas e recalcadas, que seja legitimado por nossa ação e não por nossa omissão ou por nosso afastamento da política.
Finalmente, por todo mundo do Jardim Campanário em Diadema, por minha avó, Dona Helena (que Deus a tenha!), pelo rock'n'roll, pela reintegração de Rogério Ceni, o verdadeiro mito, ao elenco do Tricolor Paulista e por minha sobrinha que ontem completou três aninhos. Titio te ama, Larissa!
Por tudo isso, voto pelo avanço da democracia!